O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reiterou ontem, durante almoço em homenagem ao presidente de El Salvador, Maurício Fuenes, que o Brasil é contra o golpe militar em Honduras, que completou dois meses no fim de agosto. "O golpe de Estado é um retrocesso inaceitável. Devemos repudiá-lo incondicionalmente e exigir o retorno do presidente Manuel Zelaya às funções constitucionais para as quais o povo hondurenho o elegeu. Os golpistas precisam entender que a vontade popular é soberana em nosso continente", disse o presidente brasileiro.
Lula afirmou que não reconhecerá as eleições "conduzidas pelas forças do atraso e do autoritarismo". O presidente disse que o Brasil tomou todas as medidas de condenação ao golpe: retirou o embaixador de Honduras, interrompeu todos os projetos de cooperação e suspendeu a isenção de vistos de entrada. "A América Latina aprendeu, a duras penas, que só alcançaremos a paz e o progresso por meio do diálogo, tolerância e muito respeito pelas nossas diferenças. Não podemos abrir mão dessas conquistas", destacou Lula.
Lula reforçou ainda a parceria que tem com El Salvador, afirmando que no almoço de ontem estavam presentes diversos ministros, de ambos os países, para estreitar ainda mais as oportunidades de negócio. Anunciou que serão enviados técnicos da Embrapa para El Salvador. Existe a intenção de uma parceria no setor de biocombustíveis. "A função dos países mais ricos é dar as mãos aos países mais pobres. O Brasil ainda não é o país rico que eu espero que ele se torne. Mas vai se tornar, com a descoberta do pré-sal. Aqui está o nosso sheik, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão", brincou.
O presidente de El Salvador, que é casado com uma brasileira fundadora do PT, agradeceu o apoio dado pelo Brasil ao seu país, especialmente nos momentos mais sangrentos da guerra civil que o seu país enfrentou. Lembrou a disposição de Lula, "um amigo especial", de ajudar os países em desenvolvimento da região.
Disse ainda que o modelo de governo brasileiro é um exemplo que deve ser seguido por todos. "O Brasil soube combinar políticas sociais com uma política de manutenção da estabilidade, o que faz com que ele se torne voz obrigatória em todos os fóruns atuais."
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