O lobista Lair Ferst, que atuou na campanha eleitoral da governadora Yeda Crusius (PSDB), enviou ao Ministério Público Federal uma lista com 20 irregularidades que foram sido cometidas na disputa eleitoral e no início do governo. A lista de acusações foi enviada por um procurador da República no Rio Grande do Sul à Procuradoria Geral da República, uma vez que Yeda tem foro privilegiado.
Alegando que a investigação é sigilosa, o MP não confirma se Yeda foi denunciada, afirmando em nota que “a divulgação de dados sigilosos sob investigação, além de ser crime, perturba e dificulta a apuração dos fatos gerando, além de risco a pessoas, impunidade”.
Entre as denúncias do lobista, publicadas ontem pelo jornal “Zero Hora”, está a de arrecadação irregular de dinheiro de empresas — em valores que variam de R$ 100 mil a R$ 1,1 milhão. A reportagem cita, entre os envolvidos nas doações sem recibo, a própria governadora, o seu marido, Carlos Crusius, a assessora Walna Vilarins Meneses e Marcelo Cavalcante, ex-representante do governo do estado em Brasília — cujo corpo apareceu boiando, em fevereiro, no Lago Paranoá — e o ex-secretário da Fazenda Aod Cunha.
O governo gaúcho emitiu nota dizendo que “todas as supostas denúncias são fatos já mencionados no passado, sem qualquer comprovação, com o claro objetivo de criar dúvida e estabelecer desconfiança na relação do governo com a sociedade”.
Na reportagem publicada ontem, a “Zero Hora” reproduz ofícios internos do Ministério Público. Num deles, o procurador da República no Rio Grande do Sul Alexandre Schneider pede “providências cabíveis na seara criminal” ao então procuradorgeral da República, Antonio Fernando de Souza.
Denúncia sobre compra de casa foi arquivada pelo MP Outra denúncia de Lair envolve a compra da casa da governadora.
Segundo Lair, a mansão custou R$ 1 milhão, dos quais R$ 250 mil foram pagos por fora, em dinheiro vivo, pelo casal Crusius. O caso já foi investigado pelo Ministério Público Estadual, que não constatou irregularidades e arquivou a investigação.
Na nota, o governo gaúcho diz que “as contas da campanha eleitoral foram julgadas, auditadas pelos órgãos competentes e aprovadas, o que permitiu a diplomação da governadora”.
Conclui afirmando que o governo “aguarda com serenidade o desenvolvimento das investigações”.
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