O Psol informou nesta segunda-feira que irá requerer à juíza Simone Fortes, titular da Justiça Federal de Santa Maria, no interior do Rio Grande do Sul, na próxima quarta-feira, o bloqueio e indisponibilidade dos bens e contas bancárias da governadora do Estado, Yeda Crusius, do seu marido, Carlos Crusius, e do ex-secretário de governo Delson Martini.
O partido alega que esta é a única forma de minimamente garantir o ressarcimento dos cofres públicos. "Para nós, isso é vital. A punição exemplar era e é necessária, mas não é suficiente", disse o vereador de Porto Alegre Pedro Ruas (Psol), que assina o requerimento à juíza juntamente com a deputada federal Luciana Genro e com o presidente estadual do partido, Roberto Robaina. "Tem de ressarcir os cofres públicos."
Segundo Ruas, que sempre defendeu a CPI contra a corrupção no Rio Grande do Sul, uma comissão de inquérito agora faria a governadora ganhar tempo, o que não seria o ideal. "O governo não está governando para os gaúchos, mas está trabalhando para ganhar tempo. A governadora contratou o advogado (Eduardo) Alckmin para processar os dirigentes do Psol, mas até agora está claro que é para se defender, pois não nos processou", afirmou, defendendo a votação em Plenário de um impeachment contra Yeda. "Agora, mais do que CPI, é preciso que o processo de impeachment corra mais rápido."
Hoje, o jornal Zero Hora publicou reportagem na qual afirma que o empresário Lair Ferst, acusado de ser um dos líderes da fraude que desviou R$ 44 milhões do Departamento Estadual de Trânsito do Rio Grande do Sul (Detran-RS), encaminhou ao Ministério Público Federal (MPF) um documento detalhando 20 supostas irregularidades que teriam sido cometidas na campanha de 2006 e no início do governo de Yeda Crusius (PSDB).
As denúncias teriam sido encaminhadas pelo procurador Alexandre Schneider ao então procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, por meio do ofício OF/SECRIM/PRRS/Nº 2669, de 16 de abril, onde consta um texto escrito por Lair Ferst.
Ferst confirmou a existência de caixa 2 na campanha da governadora. O dinheiro não contabilizado seria recebido por Marcelo Cavalcante, ex-assessor morto em fevereiro, e por Walna Meneses, assessora de Yeda. O marido da governadora, segundo o relato de Ferst, era avisado da chegada de doações e buscava o dinheiro no comitê.
Gravações
Gravações divulgadas pela revista Veja em maio haviam apontado conversas entre Marcelo Cavalcante, ex-assessor da governadora, e o empresário Lair Ferst.
Cavalcante morreu em fevereiro em Brasília. Seu corpo foi encontrado no lago Paranoá e a polícia trabalha com a hipótese de suicídio. O ex-assessor era investigado como suspeito de participação no suposto esquema do Detran. O áudio indicaria o uso de caixa dois na campanha de Yeda para o governo do Estado.
Em fevereiro, representantes do Psol no Rio Grande do Sul levantaram nove suspeitas contra o governo Yeda. Os membros do partido garantiram que áudios, vídeos e depoimentos, que estariam sendo analisados pelo Ministério Público Federal (MPF), apontariam que há uma "quadrilha" dentro do Palácio Piratini, que se utilizou de caixa 2 para chegar ao poder e que utiliza verbas públicas para satisfazer interesses particulares.
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