A discussão sobre se o Palácio do Planalto guarda ou não guarda as imagens do circuito interno de segurança encobre um outro problema crônico no principal edifício da administração pública federal. Sucateado, malcuidado e sem grandes formalidades de checagem de visitantes, o local de trabalho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sempre seguiu regras frouxas nas suas entradas.
No início da administração Lula, em 2003, alguns pequenos furtos internos chamaram a atenção. Realizou-se então uma licitação para a compra de máquinas de raios X, detectores de metal e câmeras de monitoramento de imagens.
Havia inexperiência sobre como lidar com o sistema. O Planalto adotou um sistema peculiar de controle. Os visitantes passaram a ter de colocar suas pastas e objetos de metal na máquina de raio X ao entrar e ao sair do edifício. Nenhum integrante da equipe de segurança sabia dizer a razão de tal exigência -até porque ninguém é questionado se sai do prédio com um laptop...
Depois de algumas semanas, os detectores de metal -arcos pelos quais os visitantes passam, semelhantes aos de aeroportos- também passaram a ter um comportamento errático. Repórteres da Folha passaram algumas vezes pela portaria do Planalto nos últimos anos portando celular ou algum objeto de metal.
É comum em prédios públicos em Brasília detectores de metal ficarem desligados ou estarem mal regulados. É assim, por exemplo, no Congresso.
No caso das imagens do Planalto, nunca houve interesse do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) em guardar as imagens antigas fora dos computadores ligados ao sistema.
É incompleta a explicação de que à época da instalação das câmeras o custo seria muito alto. Se houvesse uma determinação do GSI, teria sido possível fazer a gravação das imagens diariamente em CD-ROMs, cujo preço unitário é próximo de R$ 1. As cenas só são captadas quando há movimento e os arquivos não são em alta resolução. Caberiam facilmente em CDs ou DVDs.
Mas nunca, desde o início do funcionamento das câmeras, houve requerimento de imagens antigas. Sem demanda, o GSI também não se preocupou.
Lula e seus assessores mais próximos fazem críticas recorrentes nos bastidores a respeito da falta de agilidade do GSI. Mas esse é um problema longe da lista de prioridades do petista no seu dia a dia.Fernando Rodrigues - Folha
No início da administração Lula, em 2003, alguns pequenos furtos internos chamaram a atenção. Realizou-se então uma licitação para a compra de máquinas de raios X, detectores de metal e câmeras de monitoramento de imagens.
Havia inexperiência sobre como lidar com o sistema. O Planalto adotou um sistema peculiar de controle. Os visitantes passaram a ter de colocar suas pastas e objetos de metal na máquina de raio X ao entrar e ao sair do edifício. Nenhum integrante da equipe de segurança sabia dizer a razão de tal exigência -até porque ninguém é questionado se sai do prédio com um laptop...
Depois de algumas semanas, os detectores de metal -arcos pelos quais os visitantes passam, semelhantes aos de aeroportos- também passaram a ter um comportamento errático. Repórteres da Folha passaram algumas vezes pela portaria do Planalto nos últimos anos portando celular ou algum objeto de metal.
É comum em prédios públicos em Brasília detectores de metal ficarem desligados ou estarem mal regulados. É assim, por exemplo, no Congresso.
No caso das imagens do Planalto, nunca houve interesse do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) em guardar as imagens antigas fora dos computadores ligados ao sistema.
É incompleta a explicação de que à época da instalação das câmeras o custo seria muito alto. Se houvesse uma determinação do GSI, teria sido possível fazer a gravação das imagens diariamente em CD-ROMs, cujo preço unitário é próximo de R$ 1. As cenas só são captadas quando há movimento e os arquivos não são em alta resolução. Caberiam facilmente em CDs ou DVDs.
Mas nunca, desde o início do funcionamento das câmeras, houve requerimento de imagens antigas. Sem demanda, o GSI também não se preocupou.
Lula e seus assessores mais próximos fazem críticas recorrentes nos bastidores a respeito da falta de agilidade do GSI. Mas esse é um problema longe da lista de prioridades do petista no seu dia a dia.Fernando Rodrigues - Folha
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