quarta-feira, 27 de maio de 2009

Juiz manda abrir novo inquérito na Satiagraha


A Justiça Federal determinou à Polícia Federal abertura de inquérito para investigar telefonemas que o delegado Protógenes Queiroz, da Operação Satiagraha, teria feito para a Nexxy Capital Brasil Ltda., que pertence ao empresário Luiz Roberto Demarco. Adversário do banqueiro Daniel Dantas - controlador do Grupo Opportunity e condenado a 10 anos de prisão por corrupção ativa -, Demarco é citado na decisão do juiz Ali Mazloum, da 7ª Vara Federal, que abriu ação penal contra Protógenes por violação de sigilo e fraude processual.

Mazloum não faz acusação a Demarco, mas ressalta que ele está "envolvido em diversas demandas judiciais de natureza comercial, como é público e notório, com Dantas, réu na Operação Satiagraha".

"Esse inusitado fato deverá ser exaustivamente investigado, com rigor e celeridade, para apurar eventual relação de ligações com a investigação policial em questão, vez que inadmissível e impensável que grupos econômicos, de um lado ou de outro, possam permear atividades do Estado", assinalou o juiz. "Devem-se esquadrinhar os fatos, até mesmo para que não reste suspeita, mínima que seja, de interesses escusos a mover o aparato estatal."

Na Satiagraha, Protógenes monitorou um funcionário da Nexxy, que teve dois telefones grampeados. A quebra do sigilo do delegado, segundo o juiz, "acusa no período de fevereiro a agosto de 2008 mais de cinquenta telefonemas entre Protógenes e as empresas PHA Comunicação e Nexxy". A PHA é de Paulo Henrique Amorim, amigo de Demarco.

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