sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Com crise na PF, Planalto prorroga afastamento de Lacerda da Abin


Apontado como o comandante informal da Operação Satiagraha, o delegado Paulo Lacerda teve seu afastamento da direção da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) renovado por mais 60 dias.

Despacho cifrado publicado na edição de ontem do Diário Oficial manteve o "exílio" do delegado e traduziu o desconforto do Palácio do Planalto com a extensão da participação de arapongas na operação da Polícia Federal que culminou com a prisão do banqueiro Daniel Dantas, no dia 9 de julho.

A publicação da portaria coincide com a apreensão, pela PF, de documentos, laptop, rádio e celular do delegado Protógenes Queiroz, no hotel onde estava em São Paulo. Houve blitze também em outros dois endereços do delegado, em Brasília e no Rio - onde mora seu filho Felipe, de 22 anos. Também nesses locais foram recolhidos pertences e equipamentos do delegado, alvo de inquérito que investiga vazamento de informações sigilosas da Operação Satiagraha, da qual foi o executor.

Assinado pelo ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Jorge Armando Félix, o ato renovou, também, o afastamento pelo mesmo período do diretor-adjunto da agência, José Milton Campana, e do chefe do Departamento de Contra-Inteligência, Paulo Maurício Fortunato Pinto. Braço direito de Lacerda na Abin, o delegado da PF Renato Porciúncula também foi mantido fora de seu posto.

Oficialmente, o afastamento foi prorrogado porque ainda não foram concluídas as investigações realizadas pela PF para verificar se agentes da Abin teriam gravado ilegalmente conversas telefônicas do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, com o senador Demóstenes Torres (DEM-GO).

ESCUTAS

De acordo com assessores da Presidência, o desgaste de Lacerda, reafirmado agora com a extensão do período de afastamento, foi acelerado a partir da revelação, pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, do arsenal de equipamentos eletrônicos da Abin com potencial de realizar escutas clandestinas. Podem não comentar, mas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não pretende reconduzir Lacerda ao cargo.

O ato foi publicado em duas portarias, de números 42 e 43, que informaram apenas que o Gabinete de Segurança Institucional decidiu "prorrogar por 60 dias o afastamento preventivo" constante da Portaria nº 24, de 1º de setembro de 2008. Desde que foram afastados, todos estão lotados no anexo do Palácio do Planalto, mais precisamente na Secretaria Nacional Antidrogas, aguardando o fim das investigações.

BOICOTE

Lacerda chefiava Protógenes na Polícia Federal, antes de assumir o comando da Abin. Ao deixar a direção da PF, pediu que o delegado continuasse à frente das investigações que nortearam a Operação Satiagraha. Como o delegado achou que estava sendo boicotado pela nova direção da PF e supostamente enfrentava dificuldades para investigar Daniel Dantas, pediu socorro a Lacerda, que designou mais de meia centena de arapongas da Abin para apoiar seu trabalho.

Há um mês, em entrevista, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva elogiou o trabalho de Lacerda e disse que estava aguardando os laudos da Polícia Federal e da sindicância interna para definir se ele retornaria ou não ao cargo.

"Paulo Lacerda é um extraordinário profissional brasileiro", afirmou o presidente, na ocasião. "Feliz do país que tem um profissional do gabarito dele." Lula comentou ainda que o chefe da Abin foi afastado do cargo até para garantir a própria honradez. "Quando chegar o laudo na minha mão eu então tomarei a decisão", disse.

A decisão de prorrogar o afastamento de Lacerda foi informada ao presidente, que a endossou.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Massa campeão 2009



Nunca antes na história desse país os brasileiros ficaram tão felizes com o segundo lugar.Massa vence a corrida. Hamilton termina em quinto, graças a "pipocada" de Glock na última curva. Com pneus para pista seca, em piso úmido, o alemão perdeu 20 segundos com relação ao próprio rendimento na penúltima passagem. Dramatico no final. Hamilton perdia o título até a última curva, quando o Toyota fraquejou e o inglês fez a ultrapassagem que lhe deu o título.

Estudo liga programas de TV à gravidez de jovens


Adolescentes que assistem muitos programas de TV com conteúdo sexual - sejam cenas ou diálogos - têm probabilidade duas vezes maior de engravidar nos três anos seguintes do que os jovens que assistem poucos desses programas, segundo um estudo da RAND Corporation publicado nesta segunda-feira pela revista Pediatrics, da Academia Americana de Pediatria.

O estudo americano é o primeiro a estabelecer uma relação direta entre a exposição de adolescentes a conteúdo sexual na TV e gravidez - tanto de meninas, como dos garotos que assistem aos programas e engravidam suas namoradas.

Para a pesquisadora Anita Chandra, que liderou o estudo, os "adolescentes recebem considerável quantia de informação sobre sexo através da TV e a programação normalmente não destaca os riscos e responsabilidades do sexo".

"Nossas conclusões sugerem que a televisão pode desempenhar um papel significativo nas altas taxas de gravidez adolescente nos Estados Unidos".

Metodologia
No estudo, os pesquisadores acompanharam 2.000 adolescentes entre 12 e 17 anos de idade durante três anos. Os pesquisadores perguntavam sobre os hábitos televisivos e sexuais dos adolescentes.

A análise é baseada nos resultados de cerca de 700 participantes que haviam iniciado suas atividades sexuais neste período e falaram de seu histórico de gestações.

As informações sobre os hábitos televisivos foram combinadas com os resultados de uma outra análise sobre programas de televisão para determinar a freqüência e o tipo de conteúdo sexual a que os adolescentes estão expostos quando assistem TV.

Para os pesquisadores, o conteúdo sexual dos programas pode influenciar a taxa de gravidez na adolescência ao criar a percepção de que relações sexuais sem a proteção anticoncepcional oferecem pouco risco, e estimulando jovens a se iniciar sexualmente mais cedo.

Os pesquisadores se concentraram em 23 programas, que incluíam dramas, comédias, reality shows e programas de auditório. "A quantidade de conteúdo sexual na televisão dobrou nos últimos anos, e há pouca representação de práticas seguras de sexo nesses programas", diz Chandra.

"Apesar de ter havido algum progresso, os adolescentes que assistem televisão ainda vão encontrar pouca informação sobre as conseqüências de práticas sexuais sem proteção entre os muitos programas mostrando sexo".

Outros fatores Os pesquisadores afirmam, no entanto, que outros fatores influenciam a gravidez na adolescência. Adolescentes que moram com os dois pais têm probabilidade menor de engravidar, enquanto meninas, negros e adolescentes com problemas de comportamento como disciplina, estão mais propensos a engravidar.

Os jovens que pretendiam ter filhos cedo também têm mais propensão a engravidar durante a adolescência. Os pesquisadores recomendam que as redes de TV sejam encorajadas a incluir programas que mostrem relações sexuais de forma mais realista e incluam conseqüências do sexo sem proteção, como doenças sexualmente transmissíveis e gravidez indesejada.

Eles ainda recomendam que os pais assistam televisão com os filhos adolescentes para explicar as conseqüências de sexo sem proteção e que pediatras perguntem aos jovens que programas de TV eles assistem, para dar mais informações sobre métodos anticoncepcionais.

Mas Chandra afirma que a televisão é apenas parte da dieta midiática dos adolescentes. "Nós também devemos investigar o papel das revistas, da internet e da música", afirmou.

A taxa de gravidez na adolescência vem caindo nos Estados Unidos desde 1991, mas o país ainda é um dos que tem maior incidência entre os países desenvolvidos.

Quase um milhão de jovens meninas engravidam a cada ano, sendo que a maioria dessas gestações não são planejadas. As pesquisas mostram que as mães adolescentes têm mais propensão do que outras meninas a abandonar a escola, precisar de benefícios e viver na pobreza.

A RAND é uma organização de pesquisas sem fins lucrativos que produz análises para o setor público e privado.


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