quarta-feira, 26 de maio de 2010

São Paulo ocupa 117ª posição em ranking de qualidade de vida

A cidade de São Paulo ocupa a 117ª posição em um ranking de qualidade de vida divulgado nesta quarta-feira pela consultoria internacional em recursos humanos Mercer.

Todos os anos, a empresa divulga a lista, que em 2010 inclui 221 cidades ao redor do mundo. O ranking leva em conta aspectos como política, sociedade, economia, saúde, saneamento, escolas, serviços públicos, transporte e moradia.

Nesta relação, para o qual os dados foram coletados entre setembro e novembro de 2009, Viena, capital da Áustria, continua no topo da lista e Bagdá, capital do Iraque, é a última colocada.

São Paulo aparece atrás das outras duas cidades brasileiras incluídas no ranking, Rio de Janeiro (116º) e Brasília (104º).

Como foram incluídas várias cidades este ano, não é possível fazer uma comparação com o posicionamento das cidades no ano passado.

Qualidade de vida

Seguindo o padrão dos anos anteriores, as cidades europeias continuam dominando o topo do ranking. Depois de Viena, Zurique e Genebra, ambas na Suíça, ocupam a segunda e a terceira posições, nesta ordem.

"Os padrões de qualidade de vida permaneceram relativamente estáveis em um nível global em 2009 e na primeira metade de 2010, mas em certas regiões e países a recessão econômica teve um impacto notável no clima dos negócios", afirmou Parakatil.

Segundo o pesquisador, enquanto que a qualidade de vida permaneceu estável nas cidades americanas, houve um declínio nas Américas Central e do Sul "devido à instabilidade política, aos problemas econômicos e à falta de energia em certos países".

"Altos índices de criminalidade também continuam sendo um dos maiores problemas em muitas cidades da região", acrescentou.

O local das Américas Central e do Sul com a melhor colocação no ranking de qualidade de vida é Pointe-à-Pitre, em Guadalupe, no 62º lugar, seguido de San Juan, em Porto Rico (72º), e a capital argentina, Buenos Aires (78º).

Guadalupe, no Caribe, é um território ultramarino da França - ou seja, faz parte da União Europeia. Pointe-à-Pitre é considerada a capital econômica do arquipélago.

'Ecocidades'

Esta é a primeira vez que a Mercer divulga também uma segunda lista, das "ecocidades", e a performance de São Paulo neste ranking é ainda pior, ficando no 148º lugar, enquanto Rio de Janeiro e Brasília ficaram respectivamente em 112º e 109º colocados.

A cidade no topo da lista dos locais mais ecológicos é Calgary, no Canadá, enquanto que Porto Príncipe, no Haiti, ficou em último.

Várias outras cidades latino-americanas estão à frente das brasileiras nesta lista, como Montevidéu, no Uruguai (70º lugar), Buenos Aires (83º), e Assunção, no Paraguai (90º).

De acordo com um dos responsáveis pela pesquisa, Slagin Parakatil, "o status ecológico de uma cidade ou sua atitude em relação à sustentabilidade podem ter um impacto significativo na qualidade de vida de seus habitantes". BBC Brasil

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Envolvimento de procurador-geral do DF com esquema Arruda pode ser maior do que apareceu até agora

Vai além da mesada de R$ 150 mil o envolvimento do chefe do Ministério público do DF, Leonardo Bandarra, com a corrupção no governo Arruda.

Ao investigar a participação da promotora Débora Guerner no esquema, descobriu-se que ela cobrava taxas de proteção que aumentavam a mensalidade do procurador-geral.

Bandarra recebia de Arruda, segundo o próprio, R$ 150 mil para preservá-lo no MP e a Durval Barbosa, detentor de todos os seus segredos.

Débora, em cuja residência Durval esteve diversas vezes, cobrava mais ainda por informação privilegiada sobre buscas e outras operações autorizadas pela justiça contra Durval.

Este pedia o dinheiro a Arruda, que providenciava as quantias, que variavam de R$ 300 mil a R$ 1 milhão, de acordo com a importância da informação antecipada.

O próprio Durval, em depoimento ainda inédito, detalha todas as operações com a promotora, seu marido, Jorge Guerner, e Cláudia Marques, assessora de Arruda.

A promotora, segundo Durval, chegou a levá-lo para negociar na sauna de sua casa, escrevendo ao invés de falar, prevenindo-se de eventual gravação.

A riqueza de detalhes impressiona e explica o clima de guerra instalado no âmbito do MP local, onde as exonerações de Débora e Bandarra são exigidas pelos colegas.

Depois de um período em silêncio, a promotora reapareceu com um e-mail em que responde ao colega Jairo Bisol as cobranças feitas por ele e outros promotores.Leia tudo aqui

quinta-feira, 13 de maio de 2010

A polícia violenta do PSDB

"Que eu podia fazer? Não podia chamar a Polícia, pois ela estava batendo e enforcando meu filho na minha frente!" Este foi o doloroso lamento de Maria Aparecida de Oliveira Menezes, mãe do motoboy Alexandre Menezes dos Santos, de 25 anos, cruelmente espancado e morto às portas de sua casa, no último sábado.

O assassinato mostra o grau de distanciamento hoje existente entre a população de São Paulo e a Polícia Militar (PM). Na realidade, toda a população se sente insegura e ameaçada quando, em vez de confiar na força policial que lhe deveria garantir a segurança, passa a considerá-la inútil ou mesmo a temê-la.

Os PMs autuados em flagrante por homicídio doloso foram presos e, agindo com firmeza, o secretário de Segurança de São Paulo, Antônio Ferreira Pinto, determinou o afastamento imediato dos comandantes da PM na zona sul de São Paulo por omissão no disciplinamento e controle das ações de seus subordinados.

O governador Alberto Goldman expressou a revolta da população, classificando o homicídio como doloso, não como culposo ou sem intenção de matar.

Infelizmente, não basta. Não são apenas alguns PMs que exorbitam de suas funções e recorrem à violência sem nenhuma justificativa real. Não vamos relacionar todos os casos ocorridos na Grande São Paulo nos últimos meses. A lista seria longa. O caso de Alexandre Menezes dos Santos, por si só, é um exemplo gritante.

Segundo os relatos divulgados não só pela mãe da vítima, mas por parentes e vizinhos, o motoboy foi detido porque estava na contramão e sua moto estava sem placa. Em vez de parar ao receber a ordem dos PMs, ele andou mais 200 metros até a porta de sua casa. Foi o bastante para irritar os policiais e desencadear a sua fúria.

Em vez de deter o infrator, que dizia estar na frente de sua casa, o que era confirmado aos gritos pela sua mãe, os PMs passaram à agressão que resultou em morte. É evidentemente falsa a alegação dos policiais de que o motoboy estava armado. Nenhuma arma foi encontrada no local.

Por estar dirigindo uma moto sem placa, Alexandre deveria ter medo de ser flagrado pela polícia. Como era madrugada, com as ruas vazias, ele procurou estacionar em frente de sua residência, talvez para evitar ser confundido com um criminoso. Se ele assim pensou, foi seu grande erro.

Aparentemente, para a PM todos os que dirigem motos em locais ermos e em horas tardias são criminosos. E, mesmo que sejam infratores, merecem o respeito de ser inquiridos sem violência.

Ninguém é ingênuo a ponto de pensar que, nas violentas metrópoles brasileiras, a atuação da polícia deve ser limitada unicamente à dissuasão ou à correção pacífica de infrações menores.

Com o tráfico de drogas, que tem aumentado exponencialmente a criminalidade, a PM tem tido de enfrentar frequentemente combates armados e não são poucos os policiais que tombaram em tais ações.

No exercício de suas funções, porém, os policiais devem ter clara consciência de que o porte de cassetetes ou de armas de fogo não lhes dá automaticamente o poder de apelar para a brutalidade, mesmo em face de uma ocasional desobediência.

Infelizmente, parece que muitos deles são incapazes de atuar na prática como prestadores de um serviço público essencial, o que é inseparável do respeito aos cidadãos. E isso se deve, em grande parte, a treinamento deficiente.

O governador Goldman lamentou o despreparo "daqueles PMs" que assassinaram o motoboy. A questão, porém, é mais profunda. Pelo que se tem observado, o Estado de São Paulo está precisando é de um amplo reexame de todo o processo de recrutamento e treinamento de policiais militares.

Todos deveriam passar por rigorosos testes de avaliação psicológica, como base para uma triagem que exclua da polícia elementos que não têm condições para atuar como agentes da manutenção da ordem pública sem abusar do poder de força de que foram investidos.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Vereadores são presos acusados de corrupção

Os vereadores Antonio Kinoshita (PMDB), presidente da Câmara de Barrinhas, região de Ribeirão Preto, e Saint Clair Antonio Marinho Filho (DEM) foram presos no sábado acusados de corrupção. Em vídeo gravado pelo comerciante Mituo Takahashi, o vereador Carlos Alexandre Alves Borges (PTB) fala em R$ 45 mil dados por um empresário a parlamentares paramudar regras de instalação de postos de combustíveis na cidade. Borges e outro acusado, Jamel Jamil Chukr (PP), não foram localizados pela polícia

Aliado do José Serra, Arruda, só deixou problemas em Brasília

Quarto nome à frente do governo do Distrito Federal neste ano, o advogado Rogério Rosso (PMDB) assumiu em 19 de abril - a menos de seis meses da eleição - com promessas de construção de oito Unidades de Pronto-Atendimento, um tipo de pronto-socorro menos equipado.

Mesmo com o Distrito Federal sob ameaça de intervenção e dono de um mandato-tampão, Rosso mandou convocar 250 agentes comunitários e nomeou 728 profissionais da área de saúde. "São reivindicações antigas", diz o secretário de Saúde, Joaquim Barros. Ele admite que a turbulência política afetou a liberação de verbas para a pasta, mas nega que os serviços tenham ficado comprometidos.

A ameaça de intervenção é outra preocupação do chefe do Executivo, que tenta demonstrar transparência. Um decreto publicado no Diário Oficial do Distrito Federal determina a criação do Comitê de Acompanhamento, Controle e Monitoramento de Obras Públicas - o objetivo é garantir "maior efetividade e transparência" nos gastos. Também foi estabelecida uma auditoria nos convênios e contratos firmados pelo governo.

Na semana passada, porém, o GDF sofreu críticas da Controladoria-Geral da União (CGU), que alegou falta de disposição das autoridades em colaborar com as investigações do órgão. Auditoria feita pela CGU detectou desvios de R$ 106,9 milhões na aplicação de repasses federais entre 2006 e 2009. Para o ministro-chefe Jorge Hage, "se esta é a atitude no que se refere às irregularidades com as verbas federais repassadas ao GDF, pior ainda deve ser a situação quanto aos recursos próprios do Distrito Federal, que a CGU não pode fiscalizar sem que haja uma clara disposição do governo local em abrir essas contas".

Eleição indireta. Rosso foi eleito pela Câmara Legislativa com voto de parlamentares investigados no inquérito conduzido pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Durante o governo de José Roberto Arruda (sem partido), presidiu a Companhia de Planejamento do DF (Codeplan), órgão que é alvo do inquérito da Polícia Federal, na Operação Caixa de Pandora. Com a sua eleição, o PMDB espera negociar com o PT uma chapa para as eleições de outubro no DF, garantindo um palanque forte para a candidata à Presidência Dilma Rousseff. Rosso, apesar das promessas e contratações típicas de candidato, não deve concorrer ao cargo em outubro.

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