quarta-feira, 28 de abril de 2010

Linha 2 do Metrô já está saturada

Antes considerada a mais livre, confortável e moderna do Metrô paulistano, a Linha 2-Verde (Sacomã-Vila Madalena) começou a enfrentar recentemente os mesmos problemas de superlotação que já atingem outros troncos do sistema. Em março deste ano, foram registrados 38 mil passageiros por hora e sentido nos horários de pico. Apesar de ser pequena em relação a outras linhas, a quantidade já está acima da capacidade máxima estipulada - de 35 mil.

A média de passageiros transportados por dia na linha passou de 416,4 mil em março do ano passado para 472,1 mil no mesmo mês de 2010. Dois fatores explicam o aumento: a restrição aos fretados, que jogou mais pessoas na rede de Metrô, e a inauguração da estação Sacomã, em janeiro.

“A cada estação inaugurada é acrescentada uma demanda que não existia. Você precisa reforçar a quantidade de trens para atender a essa população”, diz o consultor e ex-engenheiro do Metrô Horácio Figueira.

Em menos de dois meses de operação, a Estação Sacomã já é responsável por injetar 6,8 mil passageiros por dia no horário de pico. O número é consequência da grande quantidade de ônibus que param no principal terminal do bairro, que recebe 24 linhas municipais e 19 intermunicipais - vindas principalmente do ABC.

A Linha Verde também foi afetada pela restrição aos ônibus fretados, em 2009. Como esses coletivos não podem mais entrar no centro expandido, os originados da Baixada Santista ganharam um terminal na estação Santos-Imigrantes. Por isso, essa foi a segunda estação que mais cresceu em toda a rede: 239,5%.

O presidente da Associação dos Engenheiros e Arquitetos do Metrô de São Paulo (Aeamesp) José Geraldo Baião, acredita que a situação na linha ficará melhor assim que todos os 16 novos trens comprados para esse ramal estiverem em operação. “Hoje são 13. Com os novos, a situação vai melhorar. A alta demanda mostra que o cidadão não quer mais ficar parado no trânsito e passa a usar meios de transporte que lhe proporcionem ganho de tempo.”

As previsões são de que a Linha Verde esteja cada vez mais sobrecarregada, com a inauguração das Estações Tamanduateí e Vila Prudente, ambas previstas para o primeiro semestre deste ano. Na primeira, haverá conexão com os trens da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) na linha 10-Turquesa.

“Vai distribuir a demanda da rede e isso pode aliviar outras linhas e até a CPTM. Mas a Linha Verde nunca mais vai ter o conforto que tinha antes. Vai receber todo o fluxo que vem de Santo André e que pode seguir para a Paulista ou fazer baldeação para a zona sul. A Paraíso vai ser a nova Sé”, prevê Figueira.

Já na Estação Vila Prudente será feito acesso de passageiros que utilizam sistema de ônibus municipal vindos da zona leste e param no terminal Vila Prudente, assim como do terminal do Expresso Tiradentes.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

PSB decidirá no voto candidatura própria

O PSB deve decidir no voto se terá candidato à sucessão presidencial, em reunião da Executiva Nacional do partido marcada para o dia 27. Em reunião ontem com o ex-ministro Roberto Amaral, que é vice-presidente da sigla, o deputado Ciro Gomes, pré-candidato à sucessão de Lula, comprometeu-se com os dirigentes partidários a acatar a decisão que for tomada na próxima semana. O que Ciro quer é que o partido assuma a decisão. Se for afastado, como exige o PT, não arcará com o ônus político de ter abandonado a disputa. Ciro não vai à reunião para não constranger os dirigentes e já decidiu licenciar-se da Câmara por um mês.

O presidente do PSB, governador Eduardo Campos, de Pernambuco, reune-se hoje com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio da Alvorada, para discutir a posição do PSB. O mais provável é que a maioria da Executiva Nacional - controlada por Campos - opte pela composição com o PT. O que dificulta a aliança são os problemas regionais.

Amaral disse ao Valor que a tendência é que a decisão vá a voto, pois o PSB está dividido entre a candidatura própria e o apoio à candidata do PT, Dilma Rousseff. Segundo Amaral, a prioridade dos socialistas é a continuidade do projeto de governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva - e isso pode ser alcançado seja por meio da candidatura própria seja com o apoio ao PT.

O PSB decidiu consultar a Executiva Nacional após Ciro Gomes ter provocado o partido, em um artigo no qual discorre sobre a candidatura própria. Até lá serão consultados também todos os diretórios regionais do partido, informalmente. A Comissão Executiva Nacional conta com 18 integrantes. Eles é que decidirão a sorte da candidatura Ciro.

"Concordamos que qualquer que seja a decisão, ela será acatada", disse Roberto Amaral. "Nós gostaríamos que fosse por consenso, mas se for necessário, vamos votar". O pré-candidato, por seu turno, deixou claro que quer disputar a decisão do PSB.

Ciro e Amaral conversaram ontem na sede da Alcântara Cyclone Space (ACS), empresa binacional Brasil-Ucrania presidida pelo dirigente do PSB. Os dois fizeram uma avaliação situação do partido nos Estados. Os socialistas têm 11 candidatos a governador, mas desse total, tem o apoio do PT em apenas três - Ceará, Pernambuco e Rio Grande do Norte, nos quais o PSB disputa a reeleição. O PSB tenta obter o apoio do PT em outros dois Estados, Piauí e Amapá, mas as conversas até agora não chegaram a bom termo.

O PSB tem candidatos ao Senado com o apoio do PT em Sergipe, no Rio Grande do Norte e na Bahia, e discute com os petistas palanques em São Paulo e Amapá. "Em São Paulo e Minas Gerais nem vamos discutir com o PT", disse Amaral.

O objetivo do PSB, em relação às eleições de 2010, é "duplicar a bancada" atual de congressistas. A decisão de ter ou não candidato a presidente será tomada em função desta meta. A eleição aos governos estaduais e para o Congresso está na origem da divisão do PSB sobre a conveniência de sair ou não com nome próprio para presidente.

Uma ala do partido avalia que ter um nome na disputa presidencial permitirá a alavancagem das demais candidaturas. Essa é a tese defendida pelo próprio Ciro Gomes, no manifesto em que provocou o partido a discutir o assunto - sua pré-candidatura estava sendo lentamente esvaziada pela direção partidária.

Outra ala, igualmente importante, avalia que é melhor compor com a candidata do PT, Dilma Rousseff. Há situações contraditórias, como a do Amazonas, onde o pré-candidato ao governo estadual, Serafim Corrêa, tanto pode se aliar com o PR do ex-ministro dos Transportes Alfredo Nascimento - o que a campanha de Dilma dá como certo - como com o PSDB e DEM.

"Fomos despertados da importância de o partido se reunir para tomar essa decisão pelo próprio Ciro. As bases também sofrem da angústia natural da falta de uma decisão", disse Amaral. A decisão, é certo, permite que Ciro tenha uma saída honrosa, com o partido se pronunciando sobre o que considera melhor para o seu futuro - ter ou não candidato próprio, independentemente de quem seja esse candidato.

"Essa é uma eleição estratégica para nós pois temos o desafio de crescer a bancada para termos maior tempo de televisão e mais recursos do fundo partidário. Por isso as eleições majoritárias são fundamentais para nós neste ano", declarou Eduardo Campos.

Campos contou que "Ciro pediu debate sobre o papel que ele deveria cumprir nas eleições. Ele foi muito claro hoje na disposição de ser candidato e afirmou que, se o partido entender que ele não deve ser candidato, ele será solidário à decisão". Campos só marcou a reunião da executiva do PSB para terça-feira, dia 27, depois que teve a garantia de que Ciro acatará a decisão que vier a ser tomada. O PT e o governo temiam que o deputado, de comportamento quase sempre imprevisível, atacasse a candidatura da ex-ministra.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Para evitar polarização com Lula, tucano atualiza tese da continuidade sem continuísmo

De 2002 a 2010, o discurso de campanha de José Serra (PSDB) não mudou muito: seu eixo continua sendo a "continuidade sem continuísmo". Antes, Serra não conseguia se desvencilhar da continuidade; agora, não pode se opor a ela.

No último dia 19 de março, em entrevista a um apresentador de televisão, Serra confirmou sua candidatura ao Planalto, mas fez questão de elogiar o atual presidente: "O Lula fez dois mandatos, está terminando bem o governo. O que nós queremos para o Brasil? Que continue bem e até melhore".

O ex-governador paulista tenta com isso escapar da dificuldade de enfrentar um governo bem avaliado (76% de aprovação contra 4% de reprovação no último Datafolha). Em resumo, defende a continuidade ("que continue bem") sem continuísmo ("e até melhore").

Paradoxalmente, essa é a mesma estratégia que o tucano usou em 2002, quando era ministro da Saúde de Fernando Henrique Cardoso. Identificado com um governo mal avaliado (35% de reprovação contra 24% de aprovação), começou sua campanha com o slogan "nada contra a estabilidade, tudo contra a desigualdade".

Ou seja, Serra prometia manter a inflação sob controle -uma conquista do Plano Real-, mas, ao mesmo tempo, acenava com uma sensível mudança de rumo na política econômica, para fazer o país voltar a crescer e distribuir a renda.
Essa proposta não convenceu a maioria do eleitorado, que parecia claramente decidido pela necessidade de mudança. Mas que tipo de mudança?

Três opções de mudança

Com uma plataforma centrada na criação de empregos e no combate à miséria, Lula sempre liderou as pesquisas no primeiro turno, mas chegou a ser seriamente ameaçado por duas candidaturas bem menos "radicais" que a do PT: Roseana Sarney, do PFL, partido que apoiava FHC desde sua primeira campanha à Presidência; e Ciro Gomes, do PPS, ex-governador tucano do Ceará e ministro da Fazenda durante a implantação do Plano Real.

A partir de setembro de 2001, Roseana Sarney (PFL) subiu de forma consistente nas pesquisas de intenção de voto, chegando a 23% em fevereiro, e empatou com Lula (26%). Num eventual segundo turno, Roseana venceria por 51% a 39%.

Mas a pefelista teve sua candidatura abortada por uma operação da Polícia Federal, que no dia 1º de março apreendeu R$ 1,34 milhão na empresa Lunus, que pertencia a Roseana e a seu marido. "Se querem mesmo fazer do José Serra presidente da República a qualquer preço, é melhor fechar o Congresso e nomeá-lo, como se fazia na ditadura militar", disse a governadora, que obrigou o PFL a romper com FHC. Mas suas intenções de voto caíram tanto que ela por fim desistiu.

Lula voltou a subir, e Serra imediatamente assumiu o segundo lugar nas pesquisas, mas sem superar a marca de 22%. A campanha seguiu assim até que, em julho, Ciro disparou: chegou a 28%, enquanto Lula caía para 33%. Nas projeções para o segundo turno, Ciro bateria Lula por 48% a 44%.

Quando começou a campanha na TV, em agosto, o PSDB bombardeou Ciro até ele despencar nas pesquisas, graças a um vídeo no qual o candidato do PPS xingava de "burro" o ouvinte de uma rádio na Bahia.

Só restou então ao eleitorado que rejeitava FHC o confronto simples entre o "continuísmo" (Serra) e a "mudança" (Lula), já que os tucanos tinham eliminado todas as opções de "mudança sem radicalismo". Serra passou ao segundo turno com 23% dos votos válidos, mas perdeu no segundo por 39% a 61%.Folha

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Promotoria critica Estado por mudar alunos de série

O Ministério Público de São Paulo negou ontem que tenha pedido à Secretaria de Estado da Educação que passasse crianças do primeiro para o segundo ano do ensino fundamental após o início das aulas.

Anteontem, em entrevista à Folha, a secretaria afirmou que a mudança de série de 13 mil alunos ocorreu por pressão da Promotoria depois de muitas reclamações de pais.
O órgão diz, porém, que é contra a medida, que considera "prejudicial" às crianças. A Promotoria afirma que fez apenas um alerta ao Estado sobre a "inconveniência" de crianças de seis anos, que já cursaram o primeiro ano, terem de assistir de novo a aulas muito parecidas.

O Estado decidiu permitir o salto de parte dos alunos do primeiro ano (antiga pré-escola) para o segundo (antiga primeira série) devido a uma confusão na data de limite para ingresso no 1º ano do ensino fundamental com nove anos. Lei aprovada em 2005 mudou o fundamental de oito para nove anos. As escolas do país tinham até este ano para se adaptar.

A Secretaria da Educação havia estipulado que crianças nascidas até fevereiro de 2003 deveriam estar no primeiro ano na capital. Mas, em anos anteriores, parte das escolas havia estipulado junho como limite. Por isso, pais de crianças de sete anos que nasceram entre março e junho tiveram que matricular seus filhos no primeiro ano e não no segundo.

O secretário-adjunto da Educação de São Paulo, Guilherme Bueno, disse que a pasta enviou um comunicado às escolas estaduais falando sobre a possibilidade da mudança, que só pode englobar crianças nascidas até 30 de junho de 2003 e que tenham feito ensino infantil, desde que tanto os pais quanto a escola aprovem o avanço.

O governo afirma, contudo, que as alterações só deveriam ser feitas para crianças cujas famílias haviam recorrido ao Ministério Público ou a algum órgão oficial sobre a alteração, mas que, por má redação do comunicado, o entendimento foi de que a transferência é mais abrangente.

Ontem de manhã, o governo repetiu o que dissera antes. Já a Promotoria afirmou em nota que "jamais postulou à Secretaria Estadual de Educação tal transferência, notadamente por considerá-la prejudicial ao processo pedagógico e à autoestima das crianças".

Ontem, o secretário-adjunto disse que a secretaria recebeu reclamações de várias frentes, não só do Ministério Público, mas disse não saber quantas foram as reclamações.

Ele informou à reportagem, por telefone, que tinha em mãos um mandado de segurança de um promotor do Tatuapé solicitando a matrícula de um aluno e que há um inquérito do Ministério Público sobre o assunto. O Ministério Público disse que pode haver casos isolados, mas que isso não pode ser considerado uma "pressão".

Falta de material

A Folha apurou que a transferência de série está relacionada com a falta de material didático para alunos do primeiro ano. Como essa série não era oferecida nos anos anteriores pelo Estado, ainda não há material suficiente para esses alunos. Mas há para o segundo ano, que é equivalente à antiga primeira série.
A secretaria estadual disse que a informação não é verdadeira, já que o primeiro ano não tem material.

terça-feira, 6 de abril de 2010

A primeira prova de Dilma candidata

Já ardem algumas labaredas no comando da campanha eleitoral de Dilma, nem bem começaram os trabalhos da sucessão de 2010. Trata-se de circunscrever exatamente o papel do coordenador Fernando Pimentel, ex-prefeito de Belo Horizonte e amigo de juventude da candidata, pressioná-lo a "jogar em grupo" e conferir até que ponto ele fala efetivamente por Dilma Rousseff candidata ou em nome pessoal. É assunto que o PT deixou para discutir com a ex-ministra da Casa Civil agora, passadas a Páscoa e as turbulências da desincompatibilização, semana passada.

A rigor, não é a primeira vez que a candidata do PT é chamada a apagar um princípio de incêndio no comitê. Nem este é o principal problema da campanha governista, que se ressente mais que tudo de palanques fortes em São Paulo e Minas Gerais, os dois maiores colégios eleitorais do país. O núcleo dirigente da campanha, inclusive, não é mais o mesmo dos tempos da dupla militância da ex-ministra. Em sua nova configuração tornou-se menos palaciano e mais petista.

O ministro da Comunicação Social, Franklin Martins, um expoente do núcleo que traçou a estratégia para transformar uma técnica sem nenhuma experiência eleitoral numa candidata viável, por exemplo, continua tão influente quanto antes, mas deslizou discreta e silenciosamente da campanha. Outros integrantes do grupo, entre os quais Fernando Pimentel e o deputado Antonio Palocci (PT-SP), atribuíam ao ministro supostas dificuldades que a candidata teria ou poderia vir a ter com as grandes redes de televisão.

Bobagem. Em relação aos meios de comunicação o contencioso é o mesmo desde sempre, independentemente da composição do comando da campanha de Dilma.

Os problemas do governo e do PT, no setor de mídia, para usar o jargão ao gosto da freguesia, devem-se mais que qualquer outra coisa a suas investidas contra a liberdade de expressão travestidas no chamado controle social da imprensa. O resto é paranoia, o que, aliás, não é uma exclusividade do PT, do governo de Lula e nem de sua candidata, na temporada eleitoral em curso.

Do núcleo original restaram Pimentel e Palocci. O presidente do PT, José Eduardo Dutra, substituiu seu antecessor no cargo, o deputado Ricardo Berzoini (SP), no fim do ano passado. O marqueteiro é o mesmo, João Santana, embora o publicitário Duda Mendonça continue sendo um objeto de desejo e se mostre sempre acessível à corte de petistas. Foram incorporados, também, o deputado estadual Rui Falcão e o federal José Eduardo Cardozo, da esquerda do partido.

A presença de Falcão expressa o aumento da influência do grupo da ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy, que será candidata ao Senado, na campanha da candidata governista.

Experiente em eleições, Falcão, entre, outras coisas será responsável pelo setor de imprensa da campanha - o secretário nacional de Comunicações do PT, André Vargas, cuidará das campanhas estaduais. O deputado paulista já encontrou muitas decisões encaminhadas, mas é ele que trata atualmente da contratação de um assessor para Dilma em São Paulo. O nome em negociação é o de Nirlando Beirão, um profissional respeitado e com trânsito nas principais redações do país.

Uma empresa jornalística de Brasília, a Lanza Comunicação, está fechando contrato com a campanha de Dilma Rousseff. Para o gabinete da candidata do PT a Lanza deve designar três jornalistas para a coordenação de imprensa: Osvaldo Buarim Júnior, que já assessorava a ex-ministra na Casa Civil da Presidência, Helena Chagas, ex-colunista do jornal "O Globo" e atualmente na "EBC", a tevê pública, e Mário Marona, que será o encarregado da redação de discursos e artigos de Dilma.

Os problemas de Pimentel na coordenação, até agora, são mais de relacionamento, segundo se fala no PT, nada que configure uma crise política, mas que deve ser resolvido antes que fuja do controle.

As queixas, é evidente, são mais contundentes no PT de São Paulo, que conta com três dos cinco petistas no comitê - Pimentel é mineiro; Dutra, sergipano. Os paulistas, é claro, dizem que as dificuldades nada têm a ver com a questão regional ou com a tradicional hegemonia exercida por São Paulo nas decisões do partido.

As reclamações são de que Fernando Pimentel não sabe discutir "as coisas em grupo", quando perde um debate, vaza para a imprensa a versão que mais lhe interessa e, o que é pior, em pelo menos em uma ocasião teria sido flagrado tentando fazer prevalecer no grupo um desejo pessoal como se fosse a vontade da candidata.

Isso teria ficado evidente nas tratativas para o aluguel da casa para Dilma morar e do escritório da campanha. Sob o argumento de que era a vontade da ex-ministra, Pimentel teria esticado a corda para obter o aval do comitê para alugar uma casa luxuosa no Lago Sul, bairro nobre de Brasília, que serviria de residência e escritório da candidata.

A própria Dilma, mais tarde, teria julgado inconveniente a contratação do referido imóvel, preferindo uma casa mais modesta, para morar, e o aluguel do subsolo de um antigo hotel da cidade para escritório (curiosidade: em 2002, o comitê de campanha de José Serra funcionou também num hotel antigo, no mesmo setor da cidade). Chegou a ser então noticiado que Dilma passara um sabão no PT por causa da má escolha, o que também foi espetado na conta de Pimentel.

O ex-prefeito de Belo Horizonte ainda não abandonou a ideia de disputar um mandato eletivo em Minas Gerais. Seus aliados argumentam que ele terá mais peso, em eventual governo Dilma, se chegar a bordo de um caminhão de votos.

Pimentel gostaria de concorrer ao governo do Estado, mas a conveniência política do presidente Lula aponta para uma aliança com o candidato do PMDB, Hélio Costa. Além disso, Patrus Ananias foi liberado pelo PT a tentar viabilizar sua candidatura. Restaria o Senado. Mas para isso seria preciso convencer José Alencar a desistir da disputa (Aécio Neves é pule de dez para a outra vaga).

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Vox Populi traz crescimento de Dilma e estabilidade de Serra

Pesquisa divulgada no sábado pelo instituto Vox Populi e encomendada pela TV Bandeirantes mostra o pré-candidato à Presidência pelo PSDB, José Serra, na liderança com 34% dos votos, mesma porcentagem registrada em janeiro. A pré-candidata do PT, Dilma Rousseff, subiu quatro pontos percentuais, segundo o levantamento, e possui 31% das intenções de voto. Ciro Gomes, do PSB, aparece com 10% e Marina Silva, do PV, com 5%. Votos nulos e em branco somam 7% e 13% dos pesquisados não quiseram ou não souberam responder.

Em um cenário sem Ciro Gomes, Serra possui 38%, Dilma, 33%, e Marina Silva, 7%, das intenções de voto. Neste caso, brancos e nulos somam 7%, e 15% não souberam ou não quiseram responder.

A pesquisa do Vox Populi foi registrada sob o número 7337/2010 e realizada entre os dias 30 e 31 de março, com 2 mil eleitores. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos.

No Rio Grande do Sul, pesquisa do instituto Datafolha encomendada pelo grupo RBS e divulgada no fim de semana aponta 45% das intenções de voto dos gaúchos para Serra contra 27% de Dilma Rousseff. No levantamento realizado no fim de março, o tucano alcançou 48% na região Sul do país, enquanto a petista obteve 20%. O Datafolha ouviu 838 pessoas no Estado nos dias 30 e 31 de março. A margem de erro é de três pontos para mais ou para menos.

O Datafolha também ouviu os gaúchos sobre a disputa estadual. A pesquisa indica que o ex-ministro da Justiça, Tarso Genro (PT), e o ex-prefeito de Porto Alegre, José Fogaça (PMDB), estão empatados tecnicamente na disputa pelo governo.

No cenário com todos os pré-candidatos, o petista tem 31% das intenções de voto, contra 30% do pemedebista. No último levantamento feito pelo instituto, em dezembro, ambos somavam 30%. A governadora Yeda Crusius (PSDB) aparece em terceiro lugar com 8%, contra 5% em dezembro.

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