quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Lula e Lindberg Farias definem estratégias para candidatura ao Senado pelo PT do Rio

Em uma reunião nesta quarta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva definiu com o prefeito de Nova Iguaçu (RJ), Lindberg Farias (PT), a estratégia para garantir a candidatura dele ao Senado nas eleições de outubro.

Segundo interlocutores petistas, no encontro, ficou definido que o principal argumento para forçar o diretório do Rio de Janeiro a referendar o nome de Lindberg na disputa é de que ele tem mais condições políticas para enfrentar os adversários do que a ex-governadora Benedita da Silva (PT).

Lindberg atendeu aos apelos de Lula e recuou no lançamento de sua pré-candidatura ao governo do Rio, mas exigiu em contrapartida a garantia de disputar ao Senado, vaga reservada para Benedita e que deve ter como adversário o ex-prefeito Cesar Maia (DEM).

O prefeito de Nova Iguaçu não quis confirmar a estratégia, mas reafirmou que desistiu de concorrer a governador porque Lula tem preferência pela reeleição do governador Sérgio Cabral [PMDB]. "Está decidido: vou ser candidato ao Senado. Ele sempre preferiu a aliança com o governador Cabral. Fiz isso por ele [Lula], atendendo a um pedido dele", disse.

A preocupação de Lula com o Rio é garantir unidade do palanque para a pré-candidata do PT à sucessão presidencial, ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) para poder tirar vantagem em relação à campanha tucana do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), que sem candidato ainda enfrenta problemas para conseguir vitrine.

Segundo reportagem da Folha publicada no início do mês, sem nomes com densidade eleitoral no PSDB e no PPS, o candidato dos sonhos da oposição é o deputado federal Fernando Gabeira (PV-RJ), que tem de 14% a 17%, segundo o Datafolha. O problema para Serra é que Gabeira terá que apoiar a senadora Marina Silva (PV) à Presidência.

Com o palanque de Cabral garantido, o presidente Lula espera transferir votos para Dilma. Na última pesquisa Datafolha, divulgada em dezembro, o governador do Rio é um dos mais fortes candidatos, de 36% a 39% das intenções de voto.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Céu de brigadeiro para o turismo brasileiro

Muito mais do que meros números ou índices, são determinadas ações ou movimentos do mercado que mostram se um setor está ou não bem. No caso do turismo no Brasil, é perceptível nas principais cidades a presença de estrangeiros, estimulados pelas últimas conquistas do país, notadamente a Copa do Mundo 2014 e a Olimpíada 2016 – e nos aeroportos também se percebe bom movimento de brasileiros rumo a passeios no exterior. Mas não é só no olhômetro ou nos números das associações de turismo que se comprova a força do setor. A recente compra de 63,6% das ações da CVC, maior operadora de turismo do Brasil, pelo Carlyle, fundo americano de private equity, é absolutamente sintomática quanto ao potencial do setor no país.


Pode-se discutir se a empresa brasileira fez ou não um bom negócio. Aí só o mercado vai dizer. Mas o que é importante para o país é o fato de um fundo desse tamanho decidir investir aqui. Não pelo nome do investidor – que, aliás, em abril foi investigado por um suposto pagamento de propina para obter recursos para o fundo de pensão dos servidores de Nova York.

A questão é que o Carlyle gere hoje um patrimônio de quase US$ 88 bilhões. É considerado nos Estados Unidos um fundo com credibilidade e com relações políticas importantes, a ponto de já ter tido entre seus conselheiros nomes como o ex-presidente George Bush (pai) e o ex-primeiro-ministro britânico John Major. E esse peso-pesado quer investir no turismo brasileiro.

Óbvio que não é por nenhum tipo de benesse. Os americanos sabem bem o que lhes pode dar um retorno robusto. Apenas para citar a CVC, que detém 60% do mercado nacional, a empresa teve um crescimento em torno de 20% entre 2008 e 2009 – números que batem com os gerais do setor de hotelaria, e que são altamente significativos para qualquer setor de qualquer cadeia produtiva do mundo.

No ano retrasado, a empresa embarcou 1,7 milhão de passageiros – para turismo interno ou externo. Ano passado foram 2 milhões. Também o turismo de negócios tem céu de brigadeiro à frente, com São Paulo prevendo crescimento de 5% na recepção de negócios e rede hoteleira com excelente nível de ocupação na capital. A projeção da direção, antes de o negócio com os americanos ser concluído, é que a CVC dobre de tamanho até 2015 – não por coincidência, entre a Copa do Mundo e a Olimpíada do Rio de Janeiro. Tudo isso sem que se possa perder de vista que em grandes e tradicionais destinos mundiais, como Estados Unidos e Europa, a tendência é inversa – de queda, ainda que discreta.

É a situação típica em que, se há motivos para festejar, há muitos mais para que o governo e as empresas se mantenham em alerta para evitar que a euforia deixe a peteca cair. Se o fluxo de turistas se mantivesse na alta temporada, já seria bom, mas há ainda margem para crescimento. É importante também que se pense na chamada baixa temporada, e usar um pouco da gordura acumulada para criar novas condições de atração para potenciais visitantes.

Quem é de gerações mais antigas sabe bem o trabalho que deu para que o Brasil deixasse de ser visto com desconfiança no exterior e virasse um player de ponta no turismo. O caminho é conhecido, é preciso segui-lo com muito trabalho e determinação. E com a certeza de que é um jogo que nunca estará totalmente ganho.

Você acrdita? Arruda vai municiar o PT contra ex-partido

O governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido), fechou acordo com o PT do DF para que o presidente da Câmara Distrital, Leonardo Prudente (sem partido), continue no cargo. Em troca, ele vai ajudar os petistas contra seu ex-partido (DEM}, informa Leandro Mazzini no Informe JB. Aliados de Arruda vão comandar as investigações sobre a corrupção no DF.

A Corja

No Aurélio, “Verbete: corja – 1. Multidão de pessoas desprezíveis, de má nota; canalha; súcia”. Não há significado mais cabível à Câmara Distrital de Brasília, onde, segundo relatos (e com provas) do “cineasta” Durval Barbosa, em inquérito sob segredo de Justiça, 23 – atente, 23! – dos 24 deputados receberam o chamado mensalão do governo José Roberto Arruda (sem partido)

E Brasília assistiu ontem ao descalabro do parlamento já batizado de provinciano: a volta de Leonardo Prudente à presidência da Casa, aquele que guardou dinheiro nas meias; a decisão da maioria de deixar a CCJ sob os cuidados de Geraldo Naves (DEM), da turma do governo; e Alírio Neto, ex-secretário de Justiça do governador, eleito presidente da CPI que vai investigar o esquema de corrupção.

Acertou quem acredita no mais provável – que Arruda vai se manter no cargo blindado pela sua maioria na Câmara. Não haverá impeachment. Isso, se o trato se mantiver, o que não é notório e o que ninguém esperava: Arruda fechou um acordo com o PT de Brasília, para deixarem Prudente no cargo. Desde semana passada Arruda tem sido o anfitrião de reuniões com vários deputados em sua residência. Em contrapartida, vai municiar os petistas para a campanha. Contra quem? O DEM, seu ex-partido. Trio parada dura

Leonardo Meia Cheia Prudente, Eurides Tranca-Porta Brito e Junior Rezador Brunelli, gravados recebendo dinheiro, já desfilam sem medo pela Casa.
Ditado
Em suma, é aquela velha história: o pior inimigo é aquele que não tem nada a perder. Arruda se sente rifado pelo DEM.


Micareta...
A Asa Norte de Brasília ontem foi uma festa. Trios elétricos contra e a favor de Arruda. No Malibu, pró-governador, os aliados repetiam “Deus te abençoe, Arruda”.

... e pão com manteiga

Centenas de pessoas foram à Câmara Distrital, principalmente uma claque de Sobradinho 2, levada por um deputado. Pagaram o lanche e condução, disse uma manifestante ...Jornal do Brasil

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Marinha detém jornalistas que fotografavam Lula em Guarujá


Dois repórteres fotográficos, um do jornal Folha e outro do Estado de São Paulo, foram detidos na tarde de quinta-feira pela Marinha enquanto tiravam fotos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que passa férias no Forte de Andradas, em Guarujá, litoral sul de São Paulo.

De acordo com a Marinha, os dois estavam em um barco próximo da costa, que não respeitaria o perímetro de segurança do presidente, de aproximadamente 200 m. Os jornalistas foram abordados por uma lancha da Marinha, que os escoltou até a praia. Os dois foram liberados depois que a Polícia Militar registrou um boletim de ocorrência.

Mortes por chuvas no Brasil são comparáveis às de guerra

Pelo menos 150 pessoas morreram desde o início de dezembro por causa das chuvas que castigam seis Estados das regiões sul e sudeste do País. É quase o mesmo número de vítimas registradas no Afeganistão, país asiático invadido pelo exército americano em 2001 em resposta aos atentados terroristas de 11 de setembro e onde foram registradas cerca de 180 mortes desde 1º de dezembro de 2009.

No Iraque, país do Golfo Pérsico também invadido pelos americanos em 2003 sob a alegação de que produzia armas de destruição em massa, foram 277 mortes desde o final do ano passado. No Brasil, os líderes nas estatísticas de mortes em decorrência das fortes chuvas são o Rio de Janeiro, com cerca de 80, e São Paulo, com 43.

O número oficial de mortos por causa das chuvas no Brasil pode aumentar nos próximos dias. Em Angra dos Reis, no litoral sul do Rio de Janeiro, há duas pessoas desaparecidas por causa dos deslizamentos de terra na virada do ano. Duas pessoas também estão sumidas em Agudo (RS) desde que uma ponte desabou por causa da cheia do rio Jacuí. Em São Luiz do Paraitinga, no interior de São Paulo, um homem também está desaparecido por causa das chuvas.

Segundo levantamento da Secretaria Nacional da Defesa Civil, as chuvas afetaram 486 municípios nos seis Estados e deixaram, no total, 16.041 desabrigados e 50.456 desalojados. Em São Paulo, dos 645 municípios, 109 foram atingidos pelas enchentes, Pelos menos 27 pessoas firacam feridas e uma continua desaparecida na cidade histórica da São Luiz do Paraitinga. Desde dezembro, pelo menos 7.459 pessoas ficaram desabrigadas. Dessas, 3.184 continuam sem abrigo.

No Estado, Bofete, Caieiras, Caiuá, Chavantes, Cunha, Franco da Rocha, Getulina, Guararema, Guaratingueta, Inúbia Paulista, Lourdes, Manduri, Mirassol, Osasco, Oscar Bressane, Pardinho, São Luiz do Paraitinga, Santo André, Santo Antônio do Pinhal e Sumaré estavam em estado de emergência até a noite de ontem.

No Estado do Rio, as chuvas provocaram cerca de 80 mortes. Somente em Angra dos Reis, com o deslizamento nas encostas, pelo menos 52 corpos foram encontrados. No Rio, os casos de mortes foram registrados a partir da chuva do dia 30 de dezembro.

Deslizamentos de terra causaram dezenas de mortes na madrugada do dia 1º em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro. No centro de cidade, uma encosta cedeu e deslizou por cima de casas no Morro da Carioca. Na Ilha Grande, o deslizamento por conta das chuvas durante a madrugada encobriu a pousada de luxo Sankay, lotada de turistas, e mais sete casas, na enseada do Bananal.

No Rio Grande do Sul, pelo menos nove pessoas morreram em conseqüência das águas. Ontem, foram encontrados quatro corpos de pessoas dadas como desaparecidas. Três delas foram vítimas do acidente com a ponte sobre o rio Jacuí, em Agudo. Entre eles estava o do vice-prefeito do município, Hilberto Boeck. Em Minas Gerais, há registro de 14 óbitos.

De acordo com a Secretaria Nacional de Defesa Civil, os dados atendem a definição de cada Estado sobre o período de chuvas local. Por isso, em Minas Gerais, a contagem começou em setembro, no Rio Grande do Sul, em novembro, e no Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná, em dezembro do ano passado. Santa Catarina não registrou nenhuma morte até agora.

Ex-porta-voz de Lula diz que lulismo tem raiz conservadora

Ex-secretário de Imprensa e ex-porta-voz do governo Luiz Inácio Lula da Silva, o cientista político André Singer publicou um artigo acadêmico no qual define as raízes do "lulismo", afirmando que o fenômeno incorporou "pontos de vista conservadores", surgiu baseado no "conservadorismo popular" e concedeu ao presidente "uma autonomia bonapartista".

Publicado na última edição da revista Novos Estudos, do Cebrap, o texto Raízes Sociais e Ideológicas do Lulismo pretende debater o realinhamento eleitoral que teria ocorrido a partir da reeleição de Lula em 2006. Singer sugere que o subproletariado - termo usado pelo economista Paul Singer ao analisar a estrutura social do Brasil no início dos anos 80 -, que sempre teria se mantido distante de Lula, aderiu em bloco à sua candidatura depois do primeiro mandato, ao mesmo tempo em que a classe média se afastou dela.

VIA DE ACESSO

"O primeiro mandato de Lula terminou por encontrar outra via de acesso ao subproletariado, amoldando-se a ele, mais do que modelando, porém, ao mesmo tempo, constituindo-o como ator político", disse. "Isso implicou um realinhamento do eleitorado e a emergência de uma força nova, o lulismo, tornando necessário um reposicionamento dos demais segmentos."

De acordo com o autor, esse realinhamento só foi possível porque o subproletariado passou a ver em Lula, com o seu discurso conservador, a "manutenção da ordem" - o que não ocorrera nas eleições anteriores. "A elevação do superávit primário para 4,25% do PIB, a concessão da independência operacional do Banco Central (...) e a inexistência de controle sobre a entrada e a saída de capitais foram o modo encontrado para assegurar um elemento vital na conquista do apoio dos mais pobres: a manutenção da ordem", afirma Singer.

Esse realinhamento teria tirado a centralidade dos estratos médios da sociedade - como os estudantes e assalariados com carteira assinada, que formavam a base eleitoral do petista - e explicaria o "relativo desinteresse de Lula pelos formadores de opinião". "À medida que passou a ser sustentado pela base subproletariada, Lula obteve uma autonomia bonapartista (sem qualquer conotação militar)", diz o autor, para quem essa adesão "salvou o presidente da morte política a que parecia condenado pela rejeição da classe média." A análise sugere que o tripé Bolsa-Família, aumento real do salário mínimo e a expansão do crédito colaborou com o realinhamento.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

OAB defende punições para falsos doentes

A Ordem dos Advogados do Brasil, em São Paulo, defendeu punição para os envolvidos no escândalo dos "doentes" do Judiciário paulista - metade dos 5.400 servidores afastados por razões médicas não tinha problemas de saúde e estava apta para o trabalho, segundo o Tribunal de Justiça. Para a OAB as folgas em massa potencializaram dificuldades da Justiça.

"O impacto não é apenas pontual, de responsabilidade pessoal do agente", avalia o vice-presidente da OAB, Marcos da Costa, há 23 anos na advocacia cível. "O quadro caótico de falta de pessoal poderia ser mitigado se os licenciados irregularmente estivessem na ativa." Costa destacou que muitas varas judiciais foram criadas, mas ainda não instaladas por falta de servidores.

Eduardo Longhini, presidente da Associação dos Auxiliares da Justiça, informou que há cerca de 10 mil ações contra o TJ referentes a desvios de função. Em média, ele estima, cada ação pleiteia R$ 50 mil. "É pura falta de administração do dinheiro público. As ações vão virar precatório resultando em prejuízo de R$ 500 milhões."

Gabeira recua e complica PSDB

A insistência do PV do Rio de Janeiro em lançar candidato próprio à sucessão do governador do Rio, Sergio Cabral (PMDB), levou o deputado Fernando Gabeira, principal nome da sigla no Estado, a desistir de disputar uma cadeira no Senado.

"As decisões de lançar candidato próprio e não fazer coligação no campo estadual limitaram demais minhas chances ao Senado. Eu teria 30 segundo de TV e rádio. Para quem não tem recursos, isso não basta. Muito provavelmente, disputarei uma vaga na Câmara. É a velha questão de querer ser puro-sangue", disse.

Até a definição da candidatura de Marina Silva ao Planalto, havia uma forte articulação para que Gabeira encabeçasse uma chapa formada por PSDB e PPS. "Com Marina, ficou bem claro que eu não poderia ter apoio de dois candidatos a presidente. Isso levaria muita ambiguidade ao eleitor." E frisou que a apoiaria, mas "todos em torno" ficaram com o governador de São Paulo, José Serra (PSDB).

O palanque do Rio é um dos principais problemas de Serra. Sem nomes fortes, o PSDB tem negociado com o PPS, que pode lançar a ex-juíza Denise Frossard ou o vereador e ator Stepan Nercessian, e com o DEM, que pode contar com o ex-prefeito Cesar Maia.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Erundina consegue recursos para pagar dívida de R$ 352 mil

A deputada federal Luiza Erundina (PSB-SP) conseguiu os R$ 352 mil necessários para pagar uma dívida com a Justiça, resultado de um processo aberto quando ainda era prefeita de São Paulo. Sem recursos para quitar o débito, a parlamentar recebeu apoio de políticos de todo o espectro partidário, da situação à oposição ao governo federal, que organizaram vários jantares para arrecadação de dinheiro. A causa também recebeu apoio da população, que depositou de R$ 2 a R$ 20 mil na conta aberta para ajudar a deputada.

"Recebemos hoje (5) a confirmação de que atingimos o valor para pagar a dívida. Na verdade, os recursos ultrapassaram o montante necessário", disse Erundina à Agência Estado. Os cerca de R$ 7 mil restantes irão para uma instituição de caridade, que ainda será escolhida por ela e amigos que ajudaram na campanha.

Erundina já autorizou a transferência do dinheiro para a respectiva conta da Justiça, mas seus bens só serão desbloqueados depois que o Judiciário voltar do recesso, em fevereiro. Foram interditados o apartamento onde ela vive em São Paulo, cujo valor é de cerca de R$ 100 mil, e dois carros. Além disso, desde abril deste ano, 10% da remuneração da parlamentar passou a ser recolhida automaticamente pela Justiça.

As maiores doações foram obtidas por meio de jantares organizados por parlamentares e amigos, segundo a deputada. O primeiro, realizado por amigos, rendeu R$ 30 mil. Outro, organizado pelos deputados estaduais tucanos Bruno Covas e Milton Flávio, ambos de São Paulo, apurou outros R$ 30 mil. Em João Pessoa (PB), um jantar organizado por seu partido, o PSB, juntou R$ 60 mil. Em Brasília, evento realizado por movimentos sociais rendeu R$ 20 mil. Mais R$ 50 mil foram apurados em jantar oferecido pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) e o PT de São Paulo.

Campanha

A deputada contou que no período da campanha pela arrecadação de recursos recebeu centenas de mensagens de apoio das mais variadas pessoas, inclusive de adversários políticos, que pretende publicar, talvez na internet. "Estou muito emocionada com o apoio, com a pluralidade das pessoas que ajudaram."

A decisão judicial que condenou a deputada a pagar R$ 352 mil foi resultado de ação popular movida quando Erundina era prefeita pelo PT e veiculou anúncios em jornais em apoio à greve geral de 1989. A ação pedia a reposição aos cofres públicos do dinheiro utilizado pela Prefeitura nas propagandas. A Justiça entendeu que os anúncios não atendiam ao interesse público.

Condenada em última instância pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2003, Erundina só teve seus bens foram penhorados no fim de 2008. Para a deputada, houve perseguição política na ação. Ela argumenta que os anúncios pelos quais foi condenada eram necessários para informar a população que serviços essenciais, como o transporte público, não estavam funcionando a contento. Nas peças, a ex-prefeita também se posicionava a favor do movimento grevista.

Pressionado, Arruda pede desligamento da maçonaria

Acusado pelo Ministério Público de comandar o chamado Mensalão do DEM e pressionado por maçons de todo o País, o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido), pediu desligamento da Loja do Grande Oriente de Brasília, onde ocupava o grau de "mestre". A iniciativa do governador, a exemplo do que ocorreu no DEM, antecipou a decisão de seus colegas de expulsá-lo, por infringir um dos princípios básicos da ordem, que deve ser voltada para o resgate da dignidade das pessoas.

Arruda foi admitido na maçonaria antes de renunciar ao cargo de senador, em 2001, para não ser cassado pelo envolvimento na violação do painel eletrônico do plenário do Senado, na votação da cassação do então senador Luiz Estevão, de Brasília. Na época, além de renunciar ao mandato, Arruda pediu desculpas à população por ter cedido à tentação de dar uma espiadinha nos votos secretos.

Agora, com o escândalo revelado pela Operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal, em que foi filmado recebendo um pacote de dinheiro das mãos do ex-secretário de Relações Institucionais Durval Barbosa, Arruda não foi perdoado pela maçonaria.

No início de dezembro, cerca de 50 membros da Ordem se reuniram para discutir a situação do governador. Saiu dali a constatação que não havia outra alternativa, senão a de expulsá-lo o quanto antes. Arruda acabou poupado da expulsão graças aos maçons com os quais mantém mais proximidade. Eles conseguiram adiar a medida para depois do recesso da Loja Grande Oriente, iniciado no último dia 20. Restou ao governador pedir o desligamento, o que foi feito por carta. Procurada, a assessoria do governador limitou-se a dizer que ele agiu "para evitar constrangimentos".

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

E ele diz que não está em campanha

O ano eleitoral de 2010 será marcado por intensa agenda de inaugurações de vitrines do governador de São Paulo, José Serra (PSDB)

Único pré-candidato do PSDB à Presidência neste ano, Serra tem uma ampla lista de obras a serem entregues, especialmente nas áreas que são vitrines da sua administração e dominam as propagandas do governo na TV.

Se confirmarem as expectativas e anunciarem suas candidaturas, Serra e Dilma terão que deixar os respectivos governos até 3 de abril.

Em 2010, a administração Serra promete entregar 21 AMEs (Ambulatórios Médicos de Especialidades). Até hoje, foram entregues 19.

Entre janeiro e março, o governo prevê entregar mais de 5.000 unidades habitacionais da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado), muitas no litoral do Estado, por conta do programa Serra do Mar, de casas para famílias que ocupam área de mata Atlântica.

Além disso, estão previstos encontros para entregar quase 5.000 títulos de propriedade -no programa Cidade Legal.

A habitação é outro tema que já divide os tucanos e a candidata petista, que comanda o projeto habitacional Minha Casa, Minha Vida.

No caso do ensino técnico, estão em fase final de construção para serem entregues cinco Fatecs (Faculdades de Tecnologia). Sempre que possível, Serra repete dados de que 93% dos egressos das Fatecs estão empregados até um ano após a conclusão do curso e que sua administração irá dobrar o número dessas faculdades.

Em março, Serra planeja entregar obras da Nova Marginal Tietê, projeto de R$ 1,3 bilhão, dividido entre o governo e as concessionárias que administram as rodovias Anhanguera/ Bandeirantes e Ayrton Senna.

Também em março, o governo espera entregar o trecho sul do Rodoanel, que integrará ao sistema as rodovias Anchieta e Imigrantes. Aliados do governador prometem uma grande festa nesta inauguração.

O governo paulista também centra fogo nas obras do metrô. A promessa é que no primeiro trimestre estejam prontas as novas estações Faria Lima e Paulista, primeiro trecho da Linha 4-Amarela do Metrô.

O governo promete a inauguração das estações Sacomã, Tamanduateí e Vila Prudente (Linha 2 - Verde); a entrega da estação Tamanduateí da CPTM e a conclusão das obras de modernização e a ampliação de estações da Linha 9 Esmeralda (Osasco-Grajaú) da CPTM.

Outra promessa para 2010 é a entrega de 66 novos trens do metrô e da CPTM. Até 2009 apenas 19 foram entregues.

Vitrine de Serra

21 AMEs (Ambulatórios Médicos de Especialidades)

5 mil unidades habitacionais da CHDU, especialmente no litoral

5 mil títulos de propriedade

5 FATECS (Faculdades de Tecnologia), chegando a 52 unidades

Biblioteca São Paulo

Pacote de transportes

marginais
Obras da Nova Marginal Tietê

rodoanel
Trecho sul

Metrô
Novas estações Linha 4- Amarela e da Linha 2 - Verde 66 Novos trens do metrô e da CPTM

Datafolha 37%

Fonte: Pesquisa Datafolha realizada de 14 a 18 de dez.09; a margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos

"O governo Serra está sendo beneficiado por recursos federais. Ele se apropria da política de expansão do presidente Lula, mas, ainda assim, é incapaz de usar todo o dinheiro destinado a São Paulo. Há verbas paradas na Sabesp [companhia de saneamento] e para a canalização do córrego Pirajussara [na capital]", diz o deputado federal Carlos Zaratini (PT-SP).

domingo, 3 de janeiro de 2010

R$ 20,5 bi pelo ralo

O valor era previsto em créditos adicionais ao Orçamento e integrava os planos do governo para vitaminar obras ligadas ao PAC em 2010. Resistência da oposição e apatia da base contribuíram para a derrota

Incapaz de mobilizar sua base para votar alterações no Orçamento 2009, o governo viu rumarem à gaveta R$ 20,5 bilhões em créditos adicionais(1) enviados ao Congresso que não foram aprovados antes do recesso parlamentar. As propostas remanejariam recursos de ministérios e empresas estatais para obras consideradas prioritárias para o ano eleitoral, como parte do esforço para encorpar a candidatura presidencial da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Mas esbarraram na desmobilização de deputados e senadores aliados e na resistência da oposição.

O valor engavetado representa quase metade dos R$ 49,8 bilhões em créditos especiais e suplementares enviados ao Congresso ao longo de 2009 e um golpe nos planos do governo de concentrar os recursos orçamentários em ações e programas que rendam dividendos eleitorais na próxima campanha ao Palácio do Planalto. Com o dinheiro realocado, a meta seria privilegiar obras do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) em execução e obras de estatais, como Petrobras e Eletrobrás, responsáveis por parte significativa dos investimentos da União.

Segundo o vice-líder do governo na Comissão Mista de Orçamento (CMO), deputado Colbert Martins (PMDB-BA), a apreciação dos créditos foi prejudicada pela votação do Orçamento de 2010, feita ao longo da semana antes do Natal, antes do recesso parlamentar. A isso, soma a resistência dos partidos da oposição, à qual atribui caráter eleitoral. "Naquele momento, os acordos eram necessários para votar o Orçamento, ficou difícil votar os créditos. A obstrução fica muito mais dura quando há a perspectiva de uso dos recursos para fins eleitorais", avalia.

Ao todo, os partidos de oposição - PSDB, DEM e PPS - conseguiram barrar a votação de 16 créditos adicionais. O líder do DEM na CMO, deputado Cláudio Cajado (BA), argumenta que as propostas que foram à gaveta contemplavam emendas de parlamentares governistas com recursos para obras em suas bases eleitorais. "Os deputados da base conseguiriam liberar os recursos para apoiar o governo. Já os parlamentares da oposição não teriam o mesmo tratamento, ficariam em desvantagem. Estamos em ano eleitoral", admite.

Xodó

É costume deputados apresentarem emendas aos créditos adicionais como forma de destinar recursos extras para obras e programas nos municípios onde são votados. Um exemplo de proposta que recebeu remendos de parlamentares foi o PLN 95. Apelidada de "jumbão" e recheada de R$ 1,6 bilhão distribuído entre cinco ministérios, a proposta foi o xodó dos parlamentares da CMO: recebeu 452 emendas carimbando obras e programas em redutos eleitorais. A oposição estrilou. "O PLN 95 tinha um viés eleitoral muito forte. Não podia ser votado", defende Cajado.

Para driblar a derrota no Congresso e evitar a perda do dinheiro, o governo editou, às vésperas do réveillon, a medida provisória nº 477, um crédito extraordinário de R$ 18,1 bilhões para recompor boa parte das obras previstas nos 16 créditos engavetados. Os R$ 10 milhões previstos no PLN 59 para apoio à implantação do trem de alta velocidade entre Campinas (SP) e São Paulo, por exemplo, estão no texto da MP. Segundo Cajado, a oposição poderá recorrer contra a medida provisória. "As obras que não forem urgentes e relevantes terão de sair", avisa.

1 - Remendos e emendas

Créditos suplementares e especiais são duas formas de remanejar recursos da Lei Orçamentária. Ao recorrer aos suplementares, o governo retira recursos de obras e programas previstos no Orçamento e os destina a outras ações, consideradas prioritárias. Os especiais, por sua vez, cancelam uma ou mais dotações existentes e remanejam o dinheiro para obras e ações não previstas no Orçamento em vigor.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Imprensa dá destque a pousada de Angra onde ricos morreram, mas esquecem de SP onde os pobres morrem...



Em São Paulo, bombeiros resgataram os corpos de pessoas que estavam desaparecidas após um deslizamento de terra sobre uma casa na estrada do Jararau, no bairro Chácara Nani, bairro da periferia de São Paulo. Outras duas pessoas morreram no local. A imprensa, não deu a notícia de hora em hora, e nem foi em busca de mais notícias para saber quem eram as pessoas, o que elas faziam, quem eram suas familias.


Mas, no caso do deslizamento de Angra dos Reis, o point dos ricos endinheirados do País a Globo News e todas as emissoras de TV, dão notícias de hora em hora...Veja as imagens da  pousada Sankay, em Angra dos Reis, fica destruída após ser atingida pelo deslizamento de uma encosta

Cresce otimismo do brasileiro com economia ..Não troque o certo pelo duvidoso...vote em Dilma

Os brasileiros estão confiantes em que vão melhorar de vida em 2010, segundo pesquisa realizada pelo Datafolha. De acordo com o instituto de pesquisas, 57% dos brasileiros afirmam que, nos próximos meses, a própria condição econômica será mais positiva. Na pesquisa anterior, que foi feita em março, o percentual era de 50%.

Em relação ao futuro da situação econômica do país, 42% dos brasileiros afirmam que ela vai melhorar, ante 31% no levantamento anterior.

A percepção sobre o poder de compra dos salários também é favorável. Segundo o Datafolha, 34% dos entrevistados afirmaram que o rendimento dará mais capacidade de consumo aos trabalhadores. O percentual era de 25% em março.

O otimismo dos brasileiros se reflete também nas perspectivas para o emprego e para a inflação. Mauro Paulino, diretor-geral do Datafolha, afirma que a percepção da população sobre a economia voltou aos patamares registrados antes da recessão que atingiu o mundo. "Passada a crise, os brasileiros voltam a confiar no país."

Paulino destaca que, com a confiança em alta, a disposição para comprar bens e serviços aumenta. "O otimismo é uma mola para o consumo, que é incentivado pelo próprio presidente." Durante a crise, Luiz Inácio Lula da Silva pediu à população que não deixasse de comprar. O diretor do Datafolha avalia que os estímulos do governo transmitiram ao consumidor a segurança de que ele pode gastar sem correr riscos.

Salários e inflação

A percepção sobre o poder de compra é influenciada pelos reajustes nos salários. Embora a crise tenha forçado uma queda no ganho real dos trabalhadores, o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) aponta que, em 93% das negociações, os sindicatos conseguiram aumentos iguais ou acima do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) no primeiro semestre de 2009 (último dado disponível). Em quase metade das negociações, o aumento real foi menor que 1%.

A queda da inflação é outro fator que aumenta o poder de compra, pois faz com que os gastos -principalmente com os alimentos- pesem menos no orçamento das famílias.

Em 2008, a situação do país era diversa: apesar do bom desempenho da economia e do aumento real de 4% no salário mínimo em março daquele ano, a inflação fechou em 5,9% de janeiro a dezembro -ante 3,93% em 2009, até novembro. Os preços dos alimentos subiram 11,11%, percentual muito superior aos 2,93% registrados até o penúltimo mês de 2009.

Círculo virtuoso

Francisco Pessoa, economista da LCA Consultores, aponta que há convergência de indicadores que elevam a confiança dos consumidores e que prenunciam que 2010 será um ano positivo para a economia. "Há um círculo virtuoso a caminho. As pessoas confiam na economia e gastam mais, o que gera mais empregos e possibilita que mais gente compre mais."

"Iniciar o ano desse jeito é muito bom porque o otimismo se reflete no gasto das famílias", avalia Pessoa.

Os mais otimistas, segundo o instituto de pesquisa, são os brasileiros mais jovens, os mais escolarizados e os de maior renda.O diretor-geral do Datafolha afirma que os entrevistados com maior escolaridade estão mais bem informados e, portanto, têm acesso às previsões positivas para a economia em 2010. "Eles percebem que a crise está passando e que as perspectivas são boas para o ano."

O Datafolha ouviu 11.429 pessoas em 381 municípios entre 14 e 18 de dezembro. A margem de erro máxima é de dois pontos para mais ou menos.

Consumidores de renda mais elevada têm maior confiança

Os brasileiros com maior renda são os mais otimistas sobre o futuro da própria condição econômica. Segundo o Datafolha, 64% dos entrevistados com renda familiar mensal superior a dez salários mínimos disseram que vão melhorar de vida nos próximos meses.

O percentual é o mesmo para os que têm renda entre cinco e dez salários mínimos, mas cai para 55% entre os brasileiros cujas famílias ganham até dois salários mínimos

Mauro Paulino, do Datafolha, diz que o otimismo é uma característica presente nos últimos anos, principalmente em relação ao acesso ao consumo. "Os mais pobres têm a possibilidade de sonhar com itens a que não tinham acesso, e os que têm maior renda sonham com o automóvel, com um segundo carro ou com eletrônicos."

Ele destaca que os brasileiros têm estado mais confiantes no governo Lula do que na gestão Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). Quando o Datafolha perguntou sobre perspectivas para a situação econômica dos entrevistados em agosto de 2002, no fim do governo tucano, 41% apontaram confiança em relação à melhora da própria situação econômica.

Na época, os brasileiros com menor renda eram os mais confiantes, ao contrário do que ocorre agora. A resposta otimista sobre o próprio orçamento foi escolhida por 43% dos entrevistados que tinham renda familiar de até cinco salários mínimos e por 32% das pessoas com renda familiar superior a dez salários mínimos.
Em agosto de 2002, 28% dos brasileiros afirmaram que o poder de compra aumentaria. No período, o dólar subiu com força e a economia viveu uma crise de confiança antes das eleições.

Durante todo o primeiro mandato de Fernando Henrique, o percentual dos que acreditavam em ampliação do poder de compra dos salários variou de 20% a 24%. No segundo governo do tucano, os índices oscilaram entre 17% e 20%.Na última pesquisa do Datafolha, o percentual foi de 34%.

Taxa de desemprego

Os brasileiros com renda familiar superior a dez salários mínimos também são os mais otimistas em relação ao mercado de trabalho, segundo a pesquisa mais recente do Datafolha, realizada em dezembro. O instituto de pesquisas mostra que 38% dos brasileiros nessa faixa de renda apontam que o desemprego vai diminuir nos próximos meses; 24% das pessoas com renda familiar de até dois salários mínimos apontaram essa perspectiva.Folha

Para especialista, nova classe C ignora sustentabilidade

Mais da metade dos brasileiros já fazem parte da classe C, que engloba famílias com rendas mensais entre R$ 1.000 e R$ 4.500, aproximadamente. Em seis anos, 20 milhões subiram para esta faixa -e o fluxo continua. É gente descobrindo como é bom consumir, mas que não se preocupa muito com o planeta, diz Fábio Mariano, professor da ESPM e sócio da consultoria de comportamento do consumidor InSearch.

FOLHA - A classe C pensa em consumo responsável ou só quer preço?

FÁBIO MARIANO - Ninguém se importa só com o preço. A classe C, por exemplo, vai ver quanto os eletrodomésticos consomem de energia. Mas porque ela está preocupada com a carteira, não com o mundo.

FOLHA - Então a nova classe média não quer saber, digamos, se a carne que compra vem da Amazônia?

MARIANO - Estas pessoas, que até 2000 chamávamos de excluídos, agora estão ganhando uma grana legal para fazer a festa no shopping. E há também o grande boom, que é a expansão do crédito. Mas só isso não adianta. A educação que recebem não está melhor. E precisa ter um certo aparelhamento pessoal para entender o conceito de sustentabilidade.

FOLHA - Mas os mais instruídos pagam mais por produtos verdes?

MARIANO - A classe alta até paga um pouco mais por produtos que favoreçam a sustentabilidade, mas ainda é pouco. Mesmo porque não existem muitos produtos assim no mercado. Você consegue citar dez? E, quando existem, a distribuição é restrita, não é algo disponível para as pessoas da classe C. Vai querer que peguem o ônibus para ir comprar no bairro rico?

FOLHA - Você não considera justo que o custo da sustentabilidade sobre para o consumidor, então.

MARIANO - Não. Repassar o custo da sustentabilidade é absurdo. Essa imagem de que o consumidor que quer pagar mais é consciente, enquanto o que não quer é um assassino que pretende acabar com o mundo... Vocês deliraram, né?

FOLHA - Poucos consumidores parecem pressionar as empresas...

MARIANO - Só os mais esclarecidos. Porque o consumidor tem um monte de problemas. Tem câncer, Aids, é chifrado, tem de pagar a escola do filho. Vai ter que se preocupar também com salvar o mundo quando a esposa está precisando de um medicamento? Querer que o consumidor, além de tudo, pague cinco reais numa ecobag no supermercado? Empresa que cobra ecobag não tem vergonha.Folha

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