sábado, 23 de outubro de 2010

PT cria "rota 13" e pede votos na via que liga Alvorada a Planalto

o PT decidiu criar uma "rota 13" entre o Palácio da Alvorada e o Palácio do Planalto, respectivamente residência oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o seu local de trabalho.

A pista de quase dois quilômetros entre os dois pontos foi ocupada por placas vermelhas com os dizeres: "Vote 13" e "Vote Dilma", pedindo voto para a presidenciável Dilma Rousseff. A via é muito usada por ônibus de turistas que visitam a capital. O Alvorada e o Planalto são pontos turísticos de Brasília.

A ideia surgiu da equipe de mobilização do candidato do PT ao governo do DF, Agnelo Queiroz, que tem espalhado pela cidade placas semelhantes em busca de apoio.

Segundo integrantes da campanha local, a estratégia é mostrar unidade e sintonia entre as duas candidaturas e também fazer um "agrado" ao presidente Lula -que tem se dedicado à disputa local.

Além de gravar depoimentos pedindo a eleição de Agnelo, seu ex-ministro do Esporte, Lula também participou de comícios ao lado de Dilma no DF.

Segundo pesquisa Datafolha divulgada ontem, Agnelo tem 54%, contra 31% da candidata Weslian Roriz (PSC).

Ricos vão viajar no feriado. Os pobres vão ficar para votar em Dilma. É o que dizem os tucanos...

Os números da última pesquisa Datafolha alimentaram no comando da campanha do PSDB o medo de abstenção entre os eleitores de José Serra para a Presidência.

O temor é que, com o sentimento de fato consumado, os eleitores de Serra deixem de votar para viajar no feriado.

Abatido com o resultado, o comando da campanha levará ao ar comercial conclamando o eleitor a ir às urnas. Ainda que lancem dúvidas sobre as pesquisas, tucanos reconhecem que a divulgação de uma vantagem de 12 pontos para Dilma, a uma semana da eleição, pode desestimular não só a militância mas também o eleitor.

O foco de preocupação é o Estado de São Paulo, onde Serra lidera as pesquisas e é grande o volume dos que viajam nos feriados.

Como Serra conta com mais votos do que Dilma entre os eleitores com renda superior a dez salários mínimos, a perda seria maior para a campanha do PSDB.

IMPACTO

O partido conclui hoje um levantamento sobre o impacto do potencial de abstenção nos diferentes Estados. Entre tucanos mais otimistas, a esperança é que os eleitores do PT relaxem com a confiança de vitória.

Nas duas últimas eleições presidenciais, o índice de abstenção foi maior no segundo turno em comparação ao primeiro. Em 2002, saltou de 17,73% para 20,45%.

Em 2006, passou de 16,73% para 18,97%.

O risco de desânimo do eleitor não é a única fonte de preocupação do PSDB. Por mais que contestem as pesquisas, tucanos reconhecem que Serra não tem esboçado sinal de crescimento nos últimos levantamentos e admitem a dificuldade de uma virada caso não ocorra um fato novo até a eleição.

"Está difícil. Mas a esperança é a última que morre", afirmou o presidente do PSDB de São Paulo, deputado Mendes Thame. No comando da campanha, a avaliação é ainda a de que Dilma poderá crescer na reta final, caso cristalizada a chance de vitória.

Em Porto Alegre, Serra afirmou que há "uma crise nas pesquisas" de intenção de voto. Questionado sobre o Datafolha, que dá a adversária petista 12 pontos à frente nos votos válidos, Serra disse que os institutos têm errado "fragorosamente".

PESQUISAS "As pesquisas erraram incrivelmente no primeiro turno, o Ibope errou até na pesquisa de boca de urna. Há institutos sérios, como o Datafolha, e institutos menos sérios, que são mais alugados por partidos e governos, como o Vox Populi. Mas hoje está todo mundo meio perdido nessa matéria", disse.

Indagado se poderia, em nove dias, reverter a tendência, o tucano disse que "não se vira resultado das pesquisas", mas "ganha-se o voto das pessoas".

"Está voltando [no segundo turno] o mesmo esquema de ilusão das pesquisas", afirmou, defendendo mobilização porque "o que resolve é o voto no dia [31]".

O presidente do PSDB, Sérgio Guerra (PE), pediu que os aliados não se deixem influenciar pelas pesquisas. Um dos coordenadores da campanha, o senador eleito Aloysio Nunes Ferreira endossou a estratégia, afirmando que, se dependesse das pesquisas, não estaria eleito.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

CNBB discute polêmica após nota que condena Dilma

O Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), órgão formado por 39 membros da cúpula da entidade, terá uma reunião privativa hoje de manhã, em Brasília, com a participação do núncio apostólico, d. Lorenzo Baldisseri, para discutir a polêmica provocada pela distribuição de cópias de uma nota que condena a candidatura de Dilma Rousseff, com a alegação de que a petista defende o aborto.

O núncio apostólico, que concelebrará a missa do dia com os bispos, ouvirá um relato sobre os desdobramentos da divulgação, entre os fiéis, à porta das igrejas ou pela internet, de uma mensagem da Comissão em Defesa da Vida, coordenada pelo padre Berardo Graz, com a aprovação da presidência do Regional Sul 1, que reúne as 41 dioceses de São Paulo. Além desse texto, foi distribuído um artigo do bispo de Guarulhos, d. Luiz Gonzaga Bergonzini, ainda no primeiro turno das eleições, recomendando aos eleitores que não votassem em Dilma nem em qualquer candidato do PT.

Anteontem, o chefe de gabinete da Presidência da República, Gilberto Carvalho, revelou no programa Tribuna Independente, da Rede Vida de Televisão, emissora católica, que pediu a mediação do presidente da CNBB, d. Geraldo Lyrio Rocha, e do núncio apostólico, para tentar conter a campanha de bispos e padres contra Dilma. D. Lorenzo Baldisseri, segundo Carvalho, foi muito receptivo e prometeu analisar a polêmica.

"A interferência do núncio apostólico é uma questão delicada, por causa da ambiguidade de seu cargo, uma vez que ele é um diplomata que representa a Santa Sé perante o governo brasileiro e o delegado do papa junto ao episcopado", observou d. Angélico Sândado Bernardino, bispo emérito de Blumenau (SC) e ex-bispo auxiliar de São Paulo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Casa Branca fica rosa para campanha contra câncer de mama

A Casa Branca foi iluminada nesta quinta-feira com luzes cor de rosa para conscientizar a população sobre o câncer de mama, por ocasião do mês da educação sobre a doença.

Segundo o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em mensagem enviada pelo Twitter, "a partir das 18h30, hora local (19h30 horário de Brasília), desta quinta-feira, a Casa Branca se iluminará de rosa pelo "Mês de Conscientização Nacional contra o Câncer de Mama".

A iluminação durará apenas uma noite, informou Washington. Essa não é a primeira vez que a residência presidencial participa do "Outubro Rosa". No ano passado chegou a pendurar um grande laço cor de rosa, símbolo da luta contra o câncer de mama, em seu pórtico norte.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Graças ao Serra Rede pública pode interromper gravidez desde 98

Legislação é de 1940, mas só há 12 anos norma técnica foi assinada pelo então ministro da Saúde, José Serra

A lei brasileira permite a realização do aborto em duas situações: quando a gestação coloca em risco a vida da mulher ou quando a gravidez é resultado de estupro. Embora prevista desde 1940, somente em 1998, com uma norma técnica assinada pelo então ministro da Saúde, José Serra, é que a interrupção da gravidez resultante de violência sexual passou a ser oferecida nos serviços públicos de saúde.

O documento, voltado para o atendimento de vítimas de violência, lista desde a infraestrutura necessária até as técnicas e prazos em que interrupção pode ser realizada.

A lentidão para colocar em prática algo já previsto em lei reflete a dificuldade com que o assunto é tratado no Brasil. Tema recorrente em disputas eleitorais, ele já foi apontado, por diversas vezes, como responsável pela derrota de alguns candidatos. "Daí a dificuldade com que políticos tratam o tema", avalia a secretária executiva da ONG Rede Feminista de Saúde, Télia Negrão.

Além do aborto legal, o manual de 1998 relacionava uma série de medidas de emergência para as vítimas de violência sexual. Entre elas, medicamentos para evitar doenças infecciosas e outro ponto bastante polêmico: a pílula do dia seguinte.

Remédio feito à base de um hormônio, a pílula já havia sido mencionada em um outro documento, de 1996, sobre planejamento familiar. O manual havia sido precedido por uma lei sobre o assunto, assinada pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso e pelo ministro da Saúde da época, Adib Jatene. O método somente ganhou força a partir de 2000, quando o Ministério da Saúde passou a comprar e distribuir o medicamento de forma a suplementar as aquisições feitas por Estados e municípios.

As duas medidas, aplaudidas por especialistas em saúde pública e grupos feministas, foram duramente criticadas por setores religiosos.

No caso da pílula, sob a justificativa de que o remédio era abortivo. "Essa é uma alegação inconsequente, inconsistente. Nenhum estudo científico comprova essa hipótese", afirma o ginecologista Jefferson Drezett, integrante do Consórcio Latino-Americano de Anticoncepção de Emergência.

Drezett sustenta que todas as pesquisas recentes mostram que a pílula age retardando a ovulação ou impedindo o encontro do espermatozoide com o óvulo, exatamente o mesmo mecanismos dos demais métodos contraceptivos. "Religiosos demonstram grande teimosia em aceitar constatações científicas."

O uso da pílula do dia seguinte é apontado por especialistas como uma das causas da redução tanto no número de abortos legais realizados pelo sistema público quanto das curetagens, relacionadas ou não a abortos espontâneos. Uma tendência animadora, sobretudo quando se analisam dados gerais. De acordo com o ministério, uma em cada sete brasileiras de até 40 anos já fez um aborto.

Campanhas. A polêmica sobre o aborto não reflete a posição que o Brasil tem adotado no cenário internacional. Problema de saúde mundial, a interrupção da gravidez foi um dos temas tratados durante a Conferência do Cairo, organizada pelo Fundo das Nações Unidas para População e Desenvolvimento Humano. No encontro, em 1994, o Brasil assumiu o compromisso de rever a criminalização do aborto.

"O tema, que deveria ser discutido dentro da saúde pública, passou a ser alvo de um verdadeiro cerco aos candidatos por grupos conservadores", avalia Telia. Os exemplos são vários. "A derrota de Lula nas eleições de 1989 para Collor, depois do episódio Lurian, é uma delas", avalia.

Em 2006, Jandira Feghali que concorria a uma vaga pelo PC do B ao Senado também foi alvo de uma campanha contrária, organizada por religiosos que condenavam seu empenho em favor do aborto. "Diante de tanta pressão, é natural que candidatos procurem não se manifestar de forma clara sobre o assunto. Mesmo o presidente Lula, quando concorria à reeleição em 2006, dizia-se contrário à interrupção. É um vespeiro, que muitos preferem não mexer, pelo menos durante a disputa."Estadão

Ver e Rever Copyright © 2011 | Template created by Ver e Rever | Powered by Blogger