sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Para Ciro, Aécio vira o quadro

O deputado federal Ciro Gomes (PSB-SP) disse ontem que, se o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, for o candidato do PSDB à Presidência da República, haverá uma alteração significativa no xadrez político de 2010. “Se o Aécio entrar, muda tudo. Ele não faz parte da turma do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso como o Serra (governador de São Paulo)”, disse o parlamentar aos jornalistas, pouco antes de iniciar uma palestra no Teatro Dulcina, no Setor de Diversões Sul de Brasília.

Apesar disso, o deputado não quis dizer se poderia desistir de sua pré-candidatura ao Palácio do Planalto caso Aécio se torne cabeça de chapa dos tucanos. “Sou brasileiro e não desisto nunca”, brincou. No mesmo evento, Ciro não perdeu a chance de cutucar ainda mais o governador de São Paulo, José Serra. “Ele representaria um malefício para as concepções de país que eu advogo. Foi o candidato com a responsabilidade de dar continuidade ao projeto do Fernando Henrique, que levou o desemprego no Brasil de 4% para 14%.”

Pelo telefone
Aécio Neves mostrou ontem estar disposto a manter a pressão pela definição ainda este ano da candidatura própria à Presidência da República. Mesmo depois de conversar por uma hora com o governador José Serra, durante a madrugada de ontem, o impasse continua. Serra quer estender a situação até o fim de março, prazo dado pela legislação eleitoral para desincompatibilização de quem pretende se candidatar. Aécio avisou que também vai bater o pé, repetindo o ultimato já dado aos tucanos, na semana passada, e a partidos aliados, como o DEM, esta semana. Se até dezembro o PSDB não resolver, sairá candidato ao Senado.

“Se o caminho da presidência não for entendido pelo partido como o mais adequado para mim, serei solidário, mas estarei em Minas, como candidato ao Senado”. Em resposta ao governador paulista, que na quarta-feira disse ter “nervos de aço” para a política, Aécio garantiu que se mantém tranquilo. “Nem preciso dizer como estão meus nervos, porque sempre estiveram extremamente serenos nesse processo”, ironizou.

Aécio deixou bem claro que só será candidato a presidente se tiver tempo para fazer campanha e ampliar a aliança, incluindo partidos que hoje fazem parte da base aliada do governo Lula, como PDT, PV, PP, PR e até o PMDB, legendas com quem conversou nas últimas semanas. Aécio afirmou não ter intenção de convencer Serra. “Ele tem o timing dele e eu respeito”. Mas avisou, em relação a dezembro: “O meu timing é esse”.

Nos bastidores, aliados do governador têm dito que a mudança de posição de Aécio, que tornou pública a pressão para antecipação da definição do candidato do PSDB, foi motivada pela constatação de que o governador José Serra estaria inclinado a desistir da candidatura, temendo derrota para a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. O governador paulista tenderia a tentar a reeleição ao Palácio dos Bandeirantes.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Em busca de popularidade, Supremo chega à milésima transmissão

O Supremo Tribunal Federal (STF) chega hoje à milésima transmissão de suas sessões pela TV e pretende quadruplicar os seus canais a partir do ano que vem. Essa mudança faz parte da estratégia de popularização do Supremo. Com a TV, o tribunal atua para obter legitimidade de suas decisões através da transmissão de suas sessões de julgamento. Os ministros acreditam que, assim, obtêm maior reconhecimento da sociedade.

"A TV é um grande canal de diálogo com a sociedade", disse o presidente do STF, ministro Gilmar Mendes. "Ela não apenas informa sobre os julgamentos como é formadora de opinião pública", completou. Para o ministro Marco Aurélio Mello, responsável pela criação da TV Justiça, em 2002, quando presidia o STF, a transmissão das sessões aproxima as pessoas comuns do Judiciário. " A TV traz transparência e contribui para um grau maior de cidadania."

Porém, quando foi criada, a TV causou polêmica. Em seu primeiro ano, as sessões não eram transmitidas ao vivo porque alguns ministros temiam que a transmissão influenciasse o resultado dos julgamentos. "Discutiu-se fazer uma edição. Mas isso não foi possível, afinal, quem seria o editor dos ministros do Supremo?", lembrou Marco Aurélio.

Hoje, todas as sessões do STF são transmitidas ao vivo com aparato que inclui comentaristas, repórteres no plenário e entrevistas dos ministros antes e depois dos julgamentos. Descrevem a movimentação na corte, dizem quais advogados estão presentes, quais ministros vão votar. A comparação com a transmissão de um jogo de futebol é inevitável, pois há uma espécie de "show do intervalo", com os "melhores momentos" das sessões. Nessa ocasião, que ocorre por volta das 16h das quartas e quintas-feiras, especialistas explicam o caso que está sendo julgado e falam o placar parcial dos processos não-concluídos.

Para o ano que vem, haverá um canal exclusivo para a transmissão de julgamentos de todos os tribunais do país. Esse canal deverá provocar alterações nas sessões de julgamento dos demais tribunais para que elas não sejam realizadas nos mesmos horários do STF. Com ele, a TV Justiça pretende sair mais vezes do STF, onde funciona com uma equipe de 130 pessoas ao custo de R$ 12 milhões por ano.

"Desde o início da TV, o objetivo era que ela não fosse uma TV do Supremo, mas de todo o Judiciário", explicou Renato Parente, secretário de Comunicação Social do STF, responsável pela organização e montagem da TV. Hoje, a TV Justiça possui 56 parceiros - tribunais, procuradorias e associações de advogados que contribuem com programas. Na conta das mil sessões, estão transmissões de julgamentos do Conselho Nacional de Justiça e do Tribunal Superior Eleitoral.

O segundo canal será restrito a programas acadêmicos na área do Direito. O STF já obteve a autorização junto ao Ministério das Comunicações para o funcionamento desse canal, que se chamará "Ponto Jus".

O terceiro canal ainda está em estudo. E, por fim, o canal atual da TV Justiça será mantido, com programas variados como o Refrão, que faz análises jurídicas sobre letras de músicas, e o Iluminuras, que mostra bibliotecas de ministros e de advogados.

O STF é a única corte do mundo com canal no You Tube e a primeira instituição pública do Brasil a fazê-lo. O canal do tribunal figura entre os dez mais vistos desse site, com quase 600 vídeos postados. Na segunda-feira, o canal do STF era o nono. Ontem, estava em quarto, atrás da revista Capricho, da Rede Record e do Deckdisc, gravadora com apoio de grandes companhias telefônicas.

Para o advogado Pierpaolo Bottini, a TV faz parte do processo de recomposição da força do STF perante os demais poderes. "A TV ajudou nesse processo de a sociedade olhar para o Judiciário e transformá-lo numa arena de debates políticos", disse. Ele avalia que, com a TV, o tribunal passou a atrair mais atenção aos seus julgamentos e se tornou um "receptor de demandas políticas", ocupando espaços que eram tradicionalmente do Congresso e do Legislativo. Nessa semana, uma entrevista de Bottini na TV foi o vídeo mais visto no site do tribunal no You Tube, com quase quatro mil acessos em três dias. "Não esperava por isso. O fato é que a TV e a internet trazem a democratização e popularização do Judiciário."

Candidatura Tasso depende de Ciro

Apesar do entusiasmo dos tucanos do Ceará com uma suposta pré-candidatura do senador Tasso Jereissati ao governo do Estado, o papel do ex-governador e o rumo do PSDB nas eleições de 2010 continuam totalmente indefinidos. Tasso ainda resiste a concorrer a governador - cargo que já ocupou por três vezes - e aguarda a decisão do deputado Ciro Gomes (PSB-SP) em relação ao processo eleitoral para decidir sua situação.

A conexão entre as duas candidaturas, no entanto, não se deve a razões pessoais. Embora Tasso e Ciro tenham amizade e afinidade política local, o tucano afirma que em 2010 apoiará o candidato à Presidência da República do PSDB, ainda que o deputado concorra ao cargo. "Seja o governador José Serra (SP) ou o governador Aécio Neves (MG), o meu candidato será o do PSDB. E vou trabalhar para ele", afirma Tasso.

A influência de Ciro sobre a situação de Tasso é política. Mesmo tendo transferido seu domicílio eleitoral para São Paulo, o deputado é considerado o político mais popular do Ceará, Estado governado por seu irmão Cid Gomes (PSB). Sua candidatura à Presidência ou a governador de São Paulo é uma variável importante para a eleição no Estado.

Os dois irmãos articulavam com Tasso um acordo eleitoral produtivo para os dois lados: Cid manteria a aliança com o PT e o PMDB na disputa à reeleição, mas lançaria apenas um candidato a senador: o deputado Eunício Oliveira (PMDB). O PT ocuparia a vaga de vice-governador.

Esse arranjo facilitaria a reeleição de Tasso ao Senado, mesmo que o tucano não fizesse parte da chapa. E seria eleitoralmente útil para Cid. Tasso tem força política no Estado, principalmente no interior, e aparece praticamente empatado com Cid em pesquisas de intenção de voto para governador. O que está dificultando esse acordo é que o PT pressiona Cid para incluir o ministro José Pimentel (Previdência Social) como candidato ao Senado. Em 2011 serão abertas duas vagas por Estado.

Nesse quadro, a definição de Ciro pode ser decisiva. Se ele disputar a Presidência e o PT, como reação, lançar um candidato próprio a governador - fala-se na prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins -, Cid estará liberado até para formalizar uma aliança local com Tasso. Apesar da ambiguidade da situação, o tucano não lançaria candidato a governador e, como candidato a senador, montaria um palanque para ele e o presidenciável do seu partido. "Eu gostaria de fazer campanha para Tasso se reeleger senador, a bem do Ceará", afirmou Ciro. E fez questão de completar: "Isso, respeitando a justa decisão dele de votar no Serra."

Como não estará em vigor a regra da verticalização - que impediam os partidos de fazerem alianças nos Estados diferentes das firmadas no plano nacional - o acordo no Ceará seria possível. Ou, no mínimo, uma espécie de "aliança branca", sem formalização. Essa solução seria favorecida caso o candidato do PSDB a presidente fosse Aécio Neves, que mantém boa relação com Ciro, facilitando um acordo de não agressão.

Uma candidatura de Ciro a presidente desestimularia o lançamento de um tucano para a disputa ao governo do Estado porque fortaleceria muito a reeleição de Cid. Isso complicaria a situação de qualquer concorrente ao governo do Estado. Caso Ciro e Cid tenham o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a dificuldade será ainda maior.

Tasso termina seu mandato de senador em 2011. Por questões pessoais, prefere disputar novo mandato no Senado. Mas o PSDB está sem nomes para a disputa ao governo do Estado e, consequentemente, com problemas de palanque local para seu candidato a presidente.

O discurso de Tasso na eleição da nova direção do PSDB do Ceará, no domingo, em Fortaleza, foi interpretado como sinalização de que poderia concorrer ao governo. Ele disse estar "à disposição" do partido para fazer o "necessário" para recuperar o espaço dos tucanos no Estado.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Quem é a prefeita de Ribeirão Preto?450 alunos estão sem merenda em S.Paulo

Dárcy Vera (DEM, é a prefeita de Ribeirão Preto (SP). José Serra é o governador. Mas as crianças, não votam. Por isso, ficam sem merenda. Veja o vídeo

Chalita admite candidatura ao Senado e detona Serra

Recebido como um astro de novelas por quase 1,2 mil pessoas – em sua maioria professores –, que lotaram o salão da Luso de Bauru, o vereador de São Paulo Gabriel Chalita (PSB) admitiu ser candidato a senador em 2010 e fez duras críticas ao governador José Serra (PSDB), seu algoz e, segundo ele, responsável pela sua saída do PSDB.

Ao dizer que não iria fazer como a grande maioria dos políticos, que apesar de estarem em campanha explícita negam uma possível candidatura, a qualquer cargo, no ano que vem, Chalita respondeu de pronto quando perguntado se iria disputar uma vaga no Senado.

“Se eu puder ser candidato a senador, vou ser. Eu gostaria demais de ser candidato. Esse é o meu desejo”, disse.

Sobre o futuro do PSB, Chalita afirmou que o partido “certamente” terá um candidato a governador, seja o deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE), com o apoio do PT, ou o presidente da Fiesp, Paulo Skaf.

‘Esse governo não tem respeito’
Ex-secretário estadual de Educação na administração do tucano Geraldo Alckmin (2001 a 2006) , Gabriel Chalita não poupou palavras ao falar sobre a política educacional do governador José Serra (PSDB).

“Todos os programas criados na minha gestão foram abolidos. Esse governo não tem respeito com o professor”, atacou. “Eu sempre estive no PSDB defendendo escola de tempo integral, escola da família, escolas abertas no final de semana e o Serra acabou com isso. Se não acabou, diminui muito”.

Chalita comentou ainda o projeto aprovado na semana passada pela Assembleia que vincula o aumento salarial dos docentes da rede estadual ao desempenho em uma prova e ao histórico de faltas.

“Esse projeto coloca um aumento daqui a dois anos, até 20% dos professores, se passarem na prova e se tiverem dinheiro. Eu acho que ninguém tem o direito de enganar o professor e isso é uma enganação”, disse.

Vereador terá que defender mandato na Justiça
Gabriel Chalita adiantou sua linha de defesa no processo movido pelo PSDB na Justiça Eleitoral para reaver seu mandato. Os tucanos acusam Chalita de ter abandonado o partido.

“Vai ser uma linha de discordância programática. O PSDB sempre ouviu suas bases, mas eu, mesmo sendo o vereador mais votado do Brasil, não tive a menor possibilidade de refletir sobre as minhas propostas. O PSDB fechou as portas para a minha contribuição. O PSDB está nas mãos do governador [José Serra]”, criticou. “A história do PSDB não está sendo cumprida pelo atual comando do partido”.

Chalita afirmou estar preparado para subir no palanque do PSB em 2010, mesmo que o ex-governador Geraldo Alckmin, seu padrinho político, seja candidato a governador.

“Tenho muito respeito pelo governador Alckmin, não sai [do PSDB] por causa dele, mas eu acho que você pode, em um processo eleitoral, estar em lados diferentes desde que haja respeito”, afirmou.

E foi mais longe: “Se o Ciro Gomes for candidato aqui, eu vou estar do lado dele no palanque”, completou, sobre a chance do deputado federal disputar o governo do Estado com o apoio do PT, como quer o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Campanha eleitoral na TV e rádio, não é de graça

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Os vereadores querem esconder a bandalheira paulista

Parece que os vereadores querem mesmo é esconder a sujeira de S.Paulo. Muitas TVs mandam seus helicopteros olhar o trânsito, acidentes, ladrões..lá de cima. Com a proibição, ninguém mais vai ficar sabendo de muita coisa

O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), vetou o artigo do projeto aprovado pela Câmara de Vereadores que restringia o funcionamento de helipontos privados das 7h às 20h. Kassab estabeleceu um horário mais flexível, entre 6h e 23h. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.

Há hoje cerca de 320 helicópteros registrados em São Paulo, que tem 215 helipontos autorizados pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Desses, somente 85 contam com a licença da prefeitura.

Ainda segundo o jornal, Kassab também vetou o dispositivo do projeto que proibia pilotos de permanecer sobrevoando o mesmo local por mais de 30 minutos e a proibição do funcionamento a menos de 500 m de hospitais e escolas.

Encostados no descaso com o dinheiro público

Sabe aquela expressão “parece que estou falando com um poste”, usada quando uma pessoa não ouve, não entende ou não reage à conversa? Então, cuidado ao sair por aí, tratando os postes como concreto inanimado. Em alguns bairros do Rio, onde o poder público chega atrasado ou simplesmente não chega, eles já ganharam vida própria e podem se virar contra você, como acontece com os postes ‘fujões’, os ‘folgados’, os ‘cabeludos’ e até os ‘bêbados’.

Uma fila de ‘fujões’ escapou das calçadas e agora zomba de quem passa de carro pela Rua Thompson Motta, em Marechal Hermes. Quatro postes de mais de 10 m, com cabos de energia, foram plantados e esquecidos após o fim das obras do Rio Cidade, há cinco anos. Basta um motorista desavisado passar por ali para a lista de vítimas dos ‘fujões de Marechal’ engrossar.

"Já perdi as contas de quantos acidentes essas aberrações causaram. Vão ficar assim até o dia em que matarão alguém”, reclama o aposentado Diamantino Tavares, 79 anos.

Se Marechal Hermes tem ‘fujões’, o problema, no Méier, são os ‘folgados’. Como um andarilho indesejável e mal-educado, cada poste da Rua Hermengarda ocupa, sobre a estreita calçada de 80 cm de largura, espaço suficiente para obrigar o pedestre a disputar a rua com os carros. Lá, uma criança acabou morrendo ao ser atropelada por ônibus, porque anadava na rua. Os ‘folgados’ também são facilmente encontrados na Rua 24 de Maio e Barão do Bom Retiro, no Engenho Novo, e Ana Barbosa, no Méier.

No Andaraí, enquanto um poste ‘careca’, sem nenhum cabo ou fio, faz figuração na Rua Maxwell, na Avenida Itaóca, em Bonsucesso, quem desfila sua graça são os ‘cabeludos’, com um monte de fios saindo do alto. Outros fugitivos do ‘barbeiro’ dão pinta pela Av. Radial Oeste, no Maracanã; e na Rua Visconde de Niterói, na Mangueira.

Já na esquina da Av. Rodrigues Alves e Rua Rivadávia Correia, era possível encontrar o ‘bêbado’. Na categoria “mais pra lá, do que pra cá”, o poste estava completamente torto, quase caindo na pista.

Num passeio pela Av. Monsenhor Félix, em Vaz Lobo, o poste ‘varal’ não passou despercebido. Famoso por dar aquela forcinha a comerciantes vizinhos, ele serve para publicidade ilegal, como vitrine de camelôs para expor peças da nova coleção. Em Madureira, na Avenida Edgard Romero, a estaca de concreto não serve apenas para iluminação. Sua principal função é servir para os comerciantes amarrarem lonas das barracas, mas não se incomodam em ajudar a alimentar ‘gatinho’ de luz de estimação criado nas redondezas.

O último ilustre personagem da família dos postes abandonados do Rio atende pelo nome de poste caveira, que já morreu faz tempo mas insiste em assombrar a Av. 24 de Maio, altura do número 1.150, também no Méier, com suas ferragens aparecendo de tão corroído que está.O dia

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Sindicância aponta indícios de apropriação indevida por parte de parlamentar gaúcho

A Corregedoria da Câmara deverá pedir ao Conselho de Ética da Casa abertura de processo contra o deputado Paulo Roberto Pereira (PTB-RS) por envolvimento no escândalo da farra das passagens(1) e por indícios de apropriação indevida de parte dos salários de seus assessores.

A decisão sai mais de dois meses depois que o corregedor da Câmara, Antônio Carlos Magalhães Neto (DEM-BA), instaurou uma comissão de sindicância formada pelos deputados Marcelo Ortiz (PV-SP), Antonio Carlos Pannunzio (PSDB-SP) e Odair Cunha (PT-MG). O colegiado também analisou processo contra o deputado Eugênio Rabelo (PP-CE), mas entendeu que ele não participou de ilegalidades.

O processo envolvendo Pereira é considerado delicado porque ele teria se beneficiado de um esquema de venda ilegal de crédito de passagens aéreas da Câmara e embolsado vencimentos de seus funcionários de gabinete. A acusação foi feita durante o processo por um ex-funcionário. Nos autos, o deputado do Rio Grande do Sul negou as acusações, disse ter já exonerado o antigo servidor e atribuiu a denúncia a uma vingança. O Correio entrou em contato com o gabinete do parlamentar, mas ele não retornou as ligações até o fechamento desta edição.

Marcelo Ortiz, relator do processo contra Pereira, negou-se a antecipar seu relatório e limitou-se a confirmar que a votação ocorrerá na próxima terça-feira. “É melhor preservar para não antecipar meu julgamento”, comentou.

A acusação de que Pereira teria se apropriado de dinheiro alheio foi levantada durante a apuração de uma comissão interna da Câmara. Essa mesma investigação levou à acusação contra Rabelo de que ele teria, segundo uma funcionária, fraudado notas fiscais para comprar combustíveis com a verba extra de R$ 15 mil.

A corregedoria deu sequência aos trabalhos para apurar o nível do envolvimento de parlamentares. Segundo deputados da cúpula da Câmara, Pereira teria se beneficiado dos dois esquemas, por isso a saída deverá ser o Conselho de Ética. No caso de Rabelo, não havia indício de que ele tivesse cometido irregularidade ou de que soubesse do esquema montado em seu gabinete. A fraude em notas fiscais também não foi levada em conta. O parlamentar cearense disse que a servidora fez a acusação para desviar atenção.

Durante a investigação, a comissão da Câmara debruçou-se sobre 30 gabinetes. No total, foram 44 servidores e ex-servidores envolvidos diretamente. Na maioria dos casos, constatou-se apenas o envolvimento de funcionários. O inquérito foi iniciado depois da constatação de que passagens aéreas utilizadas pelos ministros do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes e Eros Grau tinham como origem as cotas de parlamentares.

1- Freio no abuso

O episódio conhecido como “farra das passagens aéreas”, que trouxe à tona casos como o de parlamentares que pagavam passagens para a sogra e a namorada visitarem os EUA, levou a Câmara a tomar medidas moralizadoras. A principal foi juntar todas as verbas indenizáveis sob uma única rubrica, apelidada de cotão, e divulgar na internet como o dinheiro público é gasto pelos parlamentares.

Lucena Adams assumirá a AGU

Oúltimo dia de trabalho de José Antonio Dias Toffoli à frente da Advocacia-Geral da União (AGU) começa com a confirmação do nome de quem o sucederá. Toffoli toma posse amanhã como o mais novo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Vai substituir Carlos Alberto Menezes Direito, que morreu em setembro. O atual procurador-geral da Fazenda Nacional, Luís Inácio Lucena Adams, foi confirmado ontem à noite como o substituto de Toffoli. A nomeação pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva é considerada uma sucessão natural, já que Adams integra a carreira da advocacia pública.

Toffoli não marcou compromissos oficiais na agenda. Ontem, despachou pela última vez com o presidente Lula, ainda como advogado-geral da União — a exoneração será publicada hoje no Diário Oficial. No último dia à frente do cargo, vai usar o horário do expediente para se despedir de assessores e servidores. Dirá, em comunicado interno, que, durante os dois anos e meio na função, conseguiu aprofundar os conhecimentos sobre a advocacia pública. E que está convicto da importância do órgão para a segurança jurídica e o desenvolvimento do país. Já esvaziou o gabinete. Passou os últimos 10 dias resolvendo pendências. “Respiro aliviado”, disse a interlocutores.

Economia

Nos últimos dois anos, o órgão rendeu R$ 476 bilhões à União — entre o que foi arrecadado e o que deixou de sair dos cofres públicos por causa da atuação da AGU. Entre as ações que mais contribuíram para este resultado estão a economia de R$ 221 bilhões com a aplicação do crédito-prêmio do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) apenas até 1990. Empresas exportadoras queriam que o STF dissesse que o benefício, criado em 1969 para incentivar as vendas para o exterior, não foi extinto — o que, estima a União, poderia gerar um prejuízo aos cofres públicos de até R$ 288 bilhões. O valor corresponde a 45% dos investimentos previstos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) até 2010.

Entre as defesas da AGU em processos que tramitaram no STF durante a gestão de Toffoli, destacam-se a liberação das pesquisas com células-tronco embrionárias, a proibição da importação de pneus usados, a demarcação contínua da reserva indígena Raposa Serra do Sol, e a criação do piso nacional para professores do ensino básico da rede pública.

O número

R$ 476 bilhões
Valor que a atual chefia da AGU calcula que o órgão rendeu à União nos últimos dois anos

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Ajuda divina

O presidente da CNBB, Dom Geraldo Lyrio Rocha, mudou os rumos do processo de cassação do prefeito de Mariana (MG), Roque Camello. Ele foi cassado, em primeira instância, acusado de compra de votos. Prometeu recontratar professores demitidos se ganhasse as eleições. O TRE mineiro reformou a decisão alegando que não havia prova robusta. O assunto chegou ao TSE, onde uma carta de Dom Geraldo, a favor do prefeito, foi anexada ao processo.

Se cuida José Serra!

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Carlos Ayres Britto, avisou ontem que a corte está aberta a receber reclamações de partidos e do Ministério Público contra eventuais abusos de pré-candidatos. Ele advertiu que é hora de governar, não de fazer campanha eleitoral. "A temporada ainda não é de caça ao voto", afirmou.

Ele disse que o fato de o TSE ter rejeitado recentemente três representações não significa que o tribunal chegará à mesma conclusão em outros processos. "Esse julgamento desfavorável não sinaliza de nenhum modo uma predisposição à leniência, à frouxidão, à falta de rigor no exame. Evidencia, sim, inconsistência no preparo das peças de representação. Que os representantes se compenetrem da necessidade de trabalhar com petições mais consistentes", afirmou.

O ministro explicou como devem ser as representações. "Documentadamente, se possível, com fotografias, vídeos ou filmes para não deixar a Justiça Eleitoral numa situação de impossibilidade de acolher, por inconsistência, por açodamento no seu preparo", disse.

Sem falar especificamente da viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) à região da transposição do Rio São Francisco, Ayres Britto reconheceu que pode haver um desequilíbrio na disputa eleitoral em favor do candidato que é apoiado pelo governo.

"Na cultura política brasileira nós temos um viés imperial nas chefias do Poder Executivo. E quem está mais próximo dessas chefias, que são o centro, o foco das atenções gerais, se beneficia",comentou.

Ayres Britto disse que é compreensível a preocupação do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes. Em entrevista à Rede TV e ao jornal O Globo, Mendes havia comentado que as viagens de Lula com Dilma e disse que eles antecipam a campanha eleitoral. "Nem o mais cândido dos ingênuos acredita que isso é uma fiscalização de obras", afirmou Mendes.

O presidente do TSE disse que em ano pré-eleitoral não é fácil separar nitidamente o que é uma ação de governo, administrativa, de uma campanha eleitoral antecipada. "No ano eleitoral não há candidato. Então não se pede voto", disse. "O que se faz habitualmente em ano pré-eleitoral é tentar fixar a imagem de alguém, popularizar a imagem de um futuro candidato.

De acordo com Ayres Britto, é uma tentação para os governantes antecipar o processo eleitoral, mas a propaganda antes do permitido perturba o funcionamento da máquina administrativa. "Não é hora de um chefe do Poder Executivo engajar-se na campanha eleitoral. É hora de continuar à frente da máquina administrativa tocando, curando e gerindo os interesses todos da coletividade em clima de absoluta normalidade."

Ayres Britto disse que o papel da Justiça Eleitoral é julgar as eventuais representações contra os políticos que são acusados de fazer propaganda antecipada. A punição para esses casos é o pagamento de multa. "O nosso estado é de prontidão, de vigília. Estamos disponíveis para apreciar qualquer suspeita fundada de propaganda eleitoral antecipada", disse o presidente.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Reestatização da Vale quase aconteceu

O presidente da Vale, Roger Agnelli, anunciou ontem que a companhia investirá US$ 12,9 bilhões em 2010, o que descreveu como "o maior plano de investimento já realizado no País por uma empresa privada". O executivo, que discutiu o projeto a portas fechadas com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no fim da tarde de ontem, em São Paulo, destacou que o cronograma permitirá que a mineradora aumente em 12% seu quadro de funcionários, alcançando a marca de 81.400 postos de trabalho diretos.

O anúncio ocorre em meio a um clima de trégua entre Lula e Agnelli, após uma sucessão de críticas públicas e questionamentos sobre a permanência de executivo no posto. Os investimentos previstos devem superar em aproximadamente 30% os US$ 10 bilhões que serão aplicados pela mineradora nos 12 meses encerrados em 30 de junho passado.

Depois dessa divulgação, Lula voltou a provocar Agnelli."Você viu a quantidade de investimento que o Roger anunciou hoje?", perguntou o presidente aos empresários presentes, à noite, na solenidade de premiação da 12ª edição da pesquisa "As empresas mais admiradas no Brasil", organizada pela revista CartaCapital. "Se isso não for só no papel, estamos bem na fita. O Roger vai gastar o que a Vale nunca ganhou", completou, arrancando gargalhadas da plateia.

Na saída da reunião da tarde com Lula, Agnelli empenhou-se em dar garantias de sua permanência na presidência da Vale. "Eu, sinceramente, nunca tive nenhuma ciência de que ninguém quisesse me tirar. E nem sonhado eu tenho em sair", disse o executivo. Ele afirmou ainda que mantém uma boa relação com Lula e o presidente "cumpre seu papel" ao cobrar a companhia.

"Acho que a expectativa do presidente, o fato de o presidente pedir, é como eu faço na minha empresa. Eu cobro meus gerentes e diretores todos os dias." Ele considerou o noticiário sobre as relações entre o governo e a empresa um exemplo de que a imprensa "extrapola".

"Procurei ficar quieto nesse processo todo até as coisas entrarem pelo menos no racional." Agnelli procurou afastar a ideia de que sua indicação para o comando da empresa coube ao Bradesco e empenhou-se em negar interferência política na empresa. "É um monte de versões, versões, versões. Mas os fatos são muito diferentes." O mesmo, disse ele, vale para a tese de que diretores da Vale teriam sido indicados por partidos políticos.

"Não tem indicação nenhuma." Segundo ele, o plano de investimentos vai permitir que a empresa aumente em 50% sua produção de minério de ferro até 2014, para 450 milhões de toneladas. Sobre as pressões para que a empresa alavanque negócios na área siderúrgica, Agnelli disse que a Vale já exerce um papel fundamental no incentivo nessa indústria.

"Nós já estamos em siderurgia. Hoje somos os maiores investidores em siderurgia no Brasil. Projetos que estamos apoiando, em que estamos de alguma forma participando e por trás dos quais há toda uma lógica de mercado, de acesso a mercado", afirmou ele, acrescentando que considera "simplificada" a versão de que a empresa precisa agregar valor à sua produção. "Só estes projetinhos que a Vale está apoiando, que ninguém dá a correta dimensão deles, estamos falando de três vezes a produção da Argentina."

Horas antes do anúncio, Lula já usava um tom mais amigável ao se referir a Agnelli. Ainda assim, o presidente aproveitou um discurso para empresários brasileiros e colombianos na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) para dar um recado ao executivo. Ao lado do colega colombiano Álvaro Uribe, Lula comentou que a Vale prevê investimentos de US$ 380 milhões na Colômbia, mas poderia "fazer um pouco mais".

"Até o Roger sabe que a Vale do Rio Doce não pode achar que é grande e ficar sentada numa cadeira em sua sede se não for para a rua vender. É preciso disputar cada milímetro." Questionado sobre se planejava fazer as pazes com Agnelli no encontro que teria mais tarde com o executivo, Lula emendou: "Eu, como presidente da República, sou um homem de paz".

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Lula volta a criticar gestão de Agnelli à frente da Vale

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira, 19, que a Vale está investindo US$ 380 milhões na Colômbia, "mas poderia investir muito mais". "Não adianta o presidente da Vale ficar sentado em sua cadeira no Rio de Janeiro. É preciso disputar cada milímetro", disse Lula durante encontro com o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na capital paulista. Lula afirmou ainda que "ouviu dizer" que há grandes reservas de carvão na Colômbia.

Ao ser questionado por um repórter se iria fazer as pazes com o presidente da Vale, Roger Agnelli, com quem irá se encontrar no final da tarde desta segunda-feira, Lula afirmou que "o presidente da República não precisa fazer as pazes com ninguém". Mas frisou: "Sou um homem de paz".

Agnelli, que tem sido pressionado pelo governo a investir mais em siderurgia dentro do País e com possível taxação nas exportações de minério de ferro, será recebido em audiência por Lula no final da tarde desta segunda-feira. O presidente da Vale deve anunciar investimentos de US$ 12 bilhões para 2010, 30% mais que os US$ 9 bilhões que a empresas gastará este ano. A cifra é menor que os US$ 14 bilhões inicialmente planejados no período pré-crise.

A decisão da empresa de pisar no freio e diminuir o ritmo de investimentos provocou uma revolta do governo. Inconformado, Lula passou a criticar publicamente a gestão de Agnelli à frente da mineradora, especialmente os investimentos em siderurgia.

Justiça blindada

Juízes do estado mais rico do país(S.Paulo) estão com medo da violência. Todos os meses chegam até a Associação Paulista de Magistrados (Apamagis) pelo menos cinco denúncias de profissionais amedrontados, que receberam ameaças por causa da profissão. Muitos pedem ajuda para blindar seus veículos em busca de segurança. Há cerca de três mil juízes em atuação em São Paulo. Para não chamar a atenção de criminosos, os dados sobre a blindagem de veículos são mantidos em sigilo por empresas especializadas. Mas sabe-se que, atualmente, pelo menos 10 magistrados circulam em carros com proteção reforçada no estado.

Desde a morte do juiz Antonio José Machado Dias, há seis anos, magistrados buscam uma saída para tentar driblar a violência, voltada principalmente a quem sentencia o futuro de bandidos. Considerado linha-dura no combate à criminalidade, o corregedor de presídios de Presidente Prudente (SP) foi executado durante uma emboscada, em março de 2003. Uma das alternativas em estudo é a aprovação de um projeto de lei para que juízes e integrantes do Ministério Público ameaçados de morte possam comprar carros blindados com isenção de impostos.

A Apamagis quer levar o assunto ao governo. “Com a benção do Ministério da Justiça, ficaria mais fácil”, diz o presidente da associação, desembargador Henrique Nelson Calandra. Aos 64 anos, 30 deles dedicados à magistratura, ele conta ter sofrido mais de 10 ameaças ao longo da carreira. “A ameaça, para o juiz criminal, faz parte do dia a dia”, afirma Calandra, que, no entanto, nunca pensou em mudar de profissão. “Me sento na cadeira de magistrado com tranquilidade. Não trabalho com medo”, garante.

Para Calandra, o crescimento das facções criminosas contribuiu para a escalada da violência e para o que chamou de uma espécie de “falência do sistema prisional” brasileiro — que acaba espirrando no Judiciário. “Hoje você tem um movimento ascendente das organizações criminosas, em que as autoridades são menos respeitadas. Isso acaba provocando reflexos no Judiciário. São juízes ameaçados, testemunhas ameaçadas. Instala-se um verdadeiro clima de guerra”, opina.

Três tiros
No maior tribunal do país, um juiz substituto carrega sequelas de um atentado que marcou a sua vida para sempre. João Carlos Sá Moreira, 55 anos, 23 de magistratura, nunca vai esquecer a aurora da sexta-feira, 13 de janeiro de 2006. Às 5h, ele foi até o aeroporto de Cumbica buscar a filha que chegava da Itália. Ao parar num sinal de trânsito em Pinheiros, foi surpreendido por um carro que o fechou bruscamente. Dois bandidos — um deles armado com uma pistola — entraram no carro do magistrado e anunciaram o sequestro relâmpago.

Os sequestradores baixaram o encosto do banco traseiro do carro e puseram Sá Moreira deitado no porta-malas com os braços estendidos para a frente. Um dos bandidos dirigia o carro enquanto o outro apontava a arma para o magistrado. Do escuro do porta-malas, Sá Correa não fazia ideia de para onde estava sendo levado. Mas já suspeitava que aquela madrugada não acabaria bem. O primeiro indício foi quando um dos bandidos perguntou o que ele fazia. “Temendo a morte, disse que era comerciante”, relembra. A essa altura, um dos bandidos já havia encontrado a carteira funcional. Fez a irônica pergunta: “Então o que significa essa carteira de juiz?”.

Assim que os bandidos descobriram que se tratava de um juiz, Sá Pereira foi levado a um terreno baldio, próximo à represa de Guarapiranga, Zona Sul de São Paulo. Já estava amanhecendo quando ele desceu do carro e levou uma coronhada na cabeça. Ainda acordado, foi posto no chão, de bruços. Sem piedade, os bandidos deram três disparos. A primeira bala entrou pelo pescoço, abaixo da orelha e, na cabeça, dividiu-se em duas. Metade dela alojou-se no maxilar e a outra cortou o nervo ótico. O juiz perdeu a visão do olho direito. As duas outras balas atingiram um dos ombros, sem causar grandes estragos. “Sobrevivi porque a pistola e as munições que eles usaram eram velhas”, lembra.

Como estratégia para escapar vivo, o juiz fingiu estar morto. “Me remexi de um jeito como se estivesse morrendo naquela hora. Isso fez com eles fossem embora. Me levantei do chão ensanguentado e procurei ajuda perto. Hoje, com saúde perfeita, posso dizer que comemoro meu aniversário em duas datas”, conta. Emocionado, recorre a um clichê: “Posso dizer que nasci de novo”. Os bandidos que atentaram contra a vida de Sá Pereira nunca foram localizados. Depois que ele foi baleado, ainda fizeram um saque de R$ 800 com o cartão roubado.

Carros e coletes
O projeto de lei 5411/09, já em tramitação na Câmara, concede isenção de impostos para autoridades e órgãos públicos na compra de coletes à prova de balas e blindagem de veículos. Pela proposta, quem se beneficiar da lei, caso aprovada, não poderá vender o equipamento adquirido por três anos. Correio

sábado, 17 de outubro de 2009

Será verdade da Folha?

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu sinal verde para a edição de uma medida provisória para a taxação do capital estrangeiro no país, afirma reportagem publicada neste sábado pelo Jornal Folha de S. Paulo.

De acordo com o jornal, o nível de taxação será de acordo com o tempo em que os recursos permanecerem no país. Quanto menos tempo o dinheiro ficar, maior será a taxação, segundo a Folha.

A medida deve ser anunciada no início da próxima semana e também englobará os investimentos no mercado de ações, disse o jornal.

Na sexta-feira, durante visita a Pernambuco, onde participou de evento sobre a transposição do rio São Francisco, Lula disse a jornalistas que não havia previsão de taxar o capital estrangeiro.

"Essa coisa de economia a gente não pode falar. Estou há três dias viajando. Vou voltar no final de semana e não tem nenhuma previsão de a gente fazer qualquer taxação em lugar nenhum", disse o presidente na ocasião.

As declarações de Lula foram uma resposta a uma reportagem publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo na sexta-feira, que afirmava que o governo estuda retomar a cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre o capital estrangeiro como forma de segurar a valorização do real.

Esperando Lula mandar

Para não interromper o que considera o "momento Dilma", o presidente Luiz Inácio Lula da Silva orientou o deputado Ciro Gomes (PSB-CE) a aguardar até março para lançar sua candidatura. Em conversa no alojamento de um canteiro de obras do Rio São Francisco, Lula avaliou que a viagem de três dias aos sertões de Minas, Bahia, Pernambuco e Ceará marcou a união da base aliada.

"Isso foi um símbolo", comentou. "Vamos juntos. Em março, a gente define se iremos com um ou dois (candidatos)." Até lá, Lula continuará apresentando sua candidata preferida pelo País, Dilma Rousseff, e contando com Ciro para atacar a oposição.

Ontem, o deputado do PSB mostrou ter concordado com a orientação do presidente. Disse que, no governo tucano, o Brasil vivia "humilhado" e "atrofiado". E emendou: "Quando Lula tomou posse, o salário mínimo não dava para o cabra comprar metade de uma cesta básica. Hoje, o trabalhador leva quase três cestas com seu salário."

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Lula testa transposição de votos às margens do rio S. Francisco



No lugar onde circulavam caminhões basculantes e escavadeiras retiravam pedras gigantescas partidas e repartidas por perfuratrizes, na noite de quarta-feira, às 19h15 de ontem reinava o silêncio. Não havia um só trabalhador. Os potentes holofotes que iluminaram basculantes e perfuratrizes estavam parados ao lado da escavação na qual, na noite anterior, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva inspecionou o terceiro turno de trabalho do consórcio de empreiteiras que toca o lote 11 do projeto de transposição das águas do rio São Francisco.

Era uma viagem feita para emoldurar a imagem da candidata Dilma Rousseff a presidente. O fato de não haver trabalho ontem não significa que o consórcio encarregado do lote 11 não fará mais um turno, mas também é fato que as obras não estão sendo desenvolvidas no ritmo mostrado ao presidente, à sua candidata à sucessão e aos jornalistas que cobriram a viagem e outros que percorreram as obras um dia antes a convite da Presidência. Nas próximas semanas, é que será possível medir se a popularidade de Lula na região será suficiente para transferir os votos necessários para eleger sucessora a ministra da Casa Civil nas eleições de 2010.

Depois de 16 anos, Lula reeditou com Dilma as caravanas da cidadania de 1993, com as quais o presidente reiniciou o projeto do PT de chegar ao Palácio do Planalto, após a derrota para Fernando Collor numa eleição que dividiu o país, em 1989. Faz 20 anos. Agora, uma pesquisa qualitativa determinou cada detalhe da viagem. A sondagem em poder dos marqueteiros de Lula indicou que é grande o poder de transferência do presidente, quando o entrevistado é perguntado se votaria num candidato por ele indicado.

O resultado foi melhor que o esperado, inclusive em São Paulo, segundo fontes próximas ao jornalista João Santana, o Patinhas, responsável pela vitoriosa campanha de Lula nas eleições presidenciais de 2006 e que já trabalha em função da candidatura Dilma 2010. E nada melhor do que apresentar a ministra eleita de Lula para o melhor público do presidente, o Nordeste, junto com a obra cujo verbete sempre estará associado a Lula, em qualquer enciclopédia, se efetivamente for realizada - o fato é que vencidas as barreiras ambientais e jurídicas, o trabalho nos canteiros de obras foi acelerado.

"Essa obra está sendo pensada desde 1847", discursou Lula para um pequeno grupo de trabalhadores que ouviu com impaciência o secretário-executivo do Ministério da Integração Nacional, João Reis Santana Filho, fazer uma longa descrição técnica da obra, sob um sol escaldante e temperatura acima dos 35 graus à sombra. "O imperador Pedro II queria fazer essa obra. Eu estou falando de 200 anos. E eu resolvi fazer. Não por ser engenheiro e conhecer. É porque eu, com sete anos, carreguei pote de água na cabeça, eu sei o sacrifício."

As queixas que sobraram para o longo discurso de Santana também alcançaram o presidente. Pela razão oposta: falou pouco. O suficiente, no entanto, para mais uma vez se identificar com o povo nordestino, incentivar o imaginário da incompreensão de quem "toma café da manhã, almoça, janta e toma água gelada" com o nordestino sofrido, atacar adversários da transposição (convenientemente, o bispo Luiz Flávio Cappio participava de um evento fora da região) e para dizer que comanda uma das maiores obras em execução no planeta.

Lula se comparou a Franklin Delano Roosevelt (1882-1945), o presidente que tirou os EUA da Grande Depressão de 1929. "É uma das maiores obras em realização no mundo. Só tem igual quando o presidente Roosevelt pegou o lugar mais pobre dos EUA, chamado Vale do Tennessee, e transformou aquela região numa região produtiva", disse, para depois acrescentar que obras como a transposição servem para desenvolver a região: "O Nordeste não precisa produzir mais pedreiro; o Nordeste tem que produzir engenheiro", disse o presidente.

Lula não percebeu, mas ao lado dele a ministra Dilma perdeu o equilíbrio. Refeita, bateu a poeira da calça e permaneceu o resto do discurso em pé, firme. O palco, armado por uma empresa do Recife que faz "shows, festa de 15 anos e casamento" tinha tantas armadilhas quanto as tendas e cercados construídos às pressas pelo consórcio que comanda as obras do lote 11, formado pelas empreiteiras OAS, Galvão, Coesa e Barbosa Mello.

Nem o consórcio nem o Ministério da Integração Nacional revelaram o custo dessas obras, um oásis no meio do sertão do Pajeú: a sala de imprensa e os quartos destinados ao presidente, ministros e jornalistas tinham ar condicionado e água corrente. O maior apartamento, com cama king size, entre ministros, governadores e deputados que integravam a comitiva era de Geddel Vieira Lima, titular da Integração Nacional. Só perdia para os de Lula e Dilma, próximos.

O desequilíbrio de Dilma não foi o único imprevisto da viagem, marcada por diferenças políticas desde o seu planejamento. Na véspera do embarque de Lula, ao amanhecer de quarta-feira, o governador da Bahia, Jaques Wagner, pernoitou em Brasília. Estava convencido de que seria o único baiano a desembarcar com Lula na Bahia, mas teve de engolir em seco a presença, no avião, de Geddel, que rompeu politicamente com o governador e ameaça disputar o cargo de Wagner em 2010.

Lula é amigo de Jaques Wagner, mas deixar Geddel de fora era difícil. Além de ministro responsável pelas obras do São Francisco, Geddel diz que apoiará a candidatura da ministra Dilma nas eleições presidenciais, independentemente do fato de concorrer contra o PT na Bahia. O ministro é figura-chave para a consolidação da aliança com o PMDB. Os petistas torceram o nariz, pois estão convencidos de que Geddel acabará no palanque do provável candidato tucano a presidente, José Serra.

No avião que partiu de Brasília, Geddel e Wagner trocaram gentilezas numa roda com Lula, Dilma, o ministro Franklin Martins e o deputado Ciro Gomes (PSB-CE), também pré-candidato a presidente. O governador de Pernambuco, Eduardo Campos, que preside o PSB, disse que o partido fez, até agora, tudo o que foi "combinado com o presidente". E que mais adiante haverá uma nova conversa, definitiva. Ministros que acompanharam Lula, como Franklin Martins, segundo apurou o Valor, se dizem convencidos de que, no fim, os partidos da base aliada, como é o caso do PSB de Ciro, terão um candidato único em 2010, a ministra Dilma. Ciro insiste que será candidato.

No primeiro dia da "caravana", um constrangimento: Lula desembarcou em Pirapora, município governado por um prefeito do DEM, e seguiu direto para Buritizeiro, município governado pelo PT. Aécio estava no aeroporto e posou para fotos com Lula e os outros dois presidenciáveis, assim como ele no PSDB: Dilma e Ciro. Mas não seguiu com Lula. O governador e o presidente, em conversa, gesticulavam como se discutissem. Aécio negou, dizendo que apenas falara sobre a Lei Kandir com o presidente. Ficou o mal-estar (ver reportagem ao lado).

Implicâncias políticas à parte, o fato é que as obras do "Projeto São Francisco, um rio melhor, um rio para todos", o slogan que tomou o lugar da polêmica "transposição" também chamada de "interligação", está andando e transformando as regiões onde está mais adiantado, como os lotes 11 e 1 visitados por Lula e Dilma. A obra tem dois eixos: o Eixo Norte, com 402 quilômetros, terá duas pequenas centrais hidrelétricas e levará água para Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte; o Eixo Leste, com 220 quilômetros, irrigará parte do sertão e as regiões do agreste de Pernambuco e da Bahia. Emprega atualmente 8 mil trabalhadores, ninguém ganha menos de R$ 600. O contraste entre o novo e o velho já é visível ao longo das obras.

Esse é o caso de Custódia, município localizado a pouco mais de 30 quilômetros do lote 11, que já atingiu 16% das obras previstas. Há dois anos, a cidade vivia pendurada no fundo de participação, algo em torno de R$ 900 mil. A arrecadação de ISS era de R$ 20 mil. Houve um salto gigantesco e hoje Custódia arrecada do tributo R$ 600 mil. O mesmo ocorre em Sertânia, o município na outra ponta do vértice formado com Custódia e o lote 11.

O empresário Iuri Gonçalves de Souza, 45 anos, é um exemplo do "boom". Ele já está pensando em expandir com mais 30 apartamentos o hotel Macambira, que antes vivia vazio e hoje mantém a ocupação em 100%. "Tive de hospedar gente em casa dos meus parentes na visita do presidente Lula", diz. Iuri também está no comando da segunda maior fábrica de sucos de fruta e extrato de tomate do Nordeste. Ele é obrigado a comprar tomate em Goiás, às vezes até na Espanha, para manter a fábrica, com 800 funcionários, a todo vapor. Ele compra em torno de 6 mil toneladas de frutas/safra e torce para que a transposição viabilize projetos de irrigação na região, o que faria baixar os preços que atualmente paga.

O agronegócio é um dos principais alvos dos críticos do projeto do São Francisco, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, criticados ontem por Lula. O bispo Cappio foi citado nominalmente. Não é difícil identificar o destinatários das palavras de Lula em uma entrevista às rádios do Nordeste: "Ser contra lá na Tijuca, no Rio de Janeiro, na Avenida Paulista é fácil. "Eu sou contra depois abro a geladeira e abro uma água Perrier [marca de água francesa] geladinha". Agora, vem pra carregar uma lata de água na cabeça com caramujo e tudo para depois tirar com uma canequinha uma água barrenta para beber".

Dias antes, o governador de São Paulo, José Serra, tucano líder das pesquisas de opinião sobre a eleição presidencial de 2010, fizera críticas a projetos de irrigação que visitara no Nordeste, região que se tornou também rotineira na agenda de pré-candidato do governador paulista.

Lula culpou novamente o Tribunal de Contas da União (TCU) pelo atraso de obras, Segundo o presidente, o problema hoje não é falta de dinheiro para as obras. Dinheiro tem, disse na entrevista aos radialistas, mas "muitas vezes, o Tribunal de Contas diz que tem indícios de provas de sobrepreço, e aí para, aí você tem que fazer todo um processo. Muitas vezes, a empresa que perde a licitação entra na Justiça e para a obra. Fazer uma obra no Brasil hoje é muito difícil".

Didático, deu o exemplo de uma licitação para a compra de computadores para escolas públicas: "Nós ficamos dois anos fazendo licitação para entregar 350 mil computadores às crianças, nas escolas. Demorou dois anos para que o Tribunal de Contas permitisse que houvesse a licitação. Agora, as pessoas não medem qual é o prejuízo para a nação e para as crianças se você ficar dois anos esperando."

Lula, como é costumeiro, atrasou a viagem em praticamente todas as etapas, mas pelo menos em uma ocasião incluiu de última hora um compromisso: foi na manhã de ontem, para propiciar aos fotógrafos e cinegrafistas imagens da implosão de um trecho de canal no lote 11. Mesmo local onde, na noite de quarta-feira, vistoriou o trabalho do "terceiro turno". Perfuratrizes (ligadas quando o presidente estava prestes a chegar, depois de assistir no acampamento ao jogo entre Brasil e Venezuela), tratores e caminhões basculantes, davam a impressão de um ritmo frenético, acelerado no andamento das obras. No lote 11 trabalham 1,25 mil operários.

Ao contrário de 16 anos atrás, quando liderou as caravanas da cidadania, desta vez Lula desfrutou de confortos como ar condicionado, cama king size e água gelada. O presidente se deslocou entre os eixos do projeto São Francisco de helicóptero, o que, em algumas ocasiões, provocou situações embaraçosas. Quando decolou do lote 11, por exemplo, uma espessa nuvem de poeira encobriu os trabalhadores e populares que foram se despedir do presidente.

No chão, Lula várias vezes teve de percorrer estradas de terra batida. Antes, um carro-pipa molhava a estrada, para que não levantasse poeira quando o presidente passasse.

No Nordeste, Lula teve 77,10% dos votos, na eleição de 2006. Na Bahia e Pernambuco, os dois Estados visitados na "Caravana do São Francisco", bateu nos 78% dos votos. É uma situação diferente das caravanas de 1993. Trata-se agora de um presidente quase idolatrado, na região, num esforço para eleger a candidata que impôs ao PT numa eleição que prefere "plebiscitária", na base do "nós contra eles".Valor

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Reajuste para o STF vai ao Congresso ainda este ano

Gilmar Mendes fazendo loby


O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, disse ontem que deve encaminhar até o fim do ano ao Congresso o projeto que reajusta o salários dos servidores do Judiciário. A proposta ainda está sendo discutida, mas o aumento pode chegar até a 80% nos salários.

O aumento só deve entrar em vigor em 2011. Mendes tem negociado o reajuste com os presidentes dos Tribunais Superiores e do Tribunal de Justiça (TJ) do Distrito Federal e Territórios. "O projeto está no STF e será objeto de sessão administrativa. Não tem prazo, mas certamente vamos mandar ainda este ano se tiver deliberação positiva por parte do STF."

Segundo Mendes, o objetivo do reajuste é recompor a remuneração de técnicos e analistas judiciários e tornar a carreira mais atrativa em comparação a dos Poderes Executivo e Legislativo. Entre os argumentos para conquistar apoio ao reajuste está um levantamento mostrando que o STF perdeu neste ano 22% de seu quadro.

Pelo esboço da proposta, o aumento seria de 15% nos salários, mais reajuste da gratificação judiciária, o que vai render 80,17% de aumento para servidores de tribunais superiores e do TJ de Brasília.

Com o reajuste, o menor salário vai passar de R$ 1.998,19 para R$ 3.582,06. No caso de analistas, o salário de fim de carreira passa de R$ 10.436,12 para R$ 18.802,40. A medida deve beneficiar cerca de 100 mil servidores.

Mendes visitou ontem os presidentes do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP). Após o encontro, defendeu o aumento aprovado pelo Congresso nos salários dos ministros do STF. Os vencimentos foram de R$ 24,5 mil para R$ 25.725. E irão a R$ 26.723,13 a partir de fevereiro. "Nós estávamos há quatro ou cinco anos sem revisão", disse. O impacto anual é de R$ 189 milhões para o Judiciário e de R$ 94 milhões para o Ministério Público.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Mais um nome

Emisssários do Planalto sondaram a receptividade de ministros do Supremo Tribunal Federal ao nome do procurador-geral da Fazenda Nacional, Luís Inácio Adams, para ocupar o cargo de advogado-geral da União, deixado vago com a ida de José Antonio Toffoli para o STF. Não foi colhido nenhum depoimento desfavorável.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Cligação PV/PSOL

A proposta de coligar o PSOL com o PV, tendo a senadora Marina Silva como candidata a presidente da República, pode ter um efeito significativo para os dois partidos no Distrito Federal. Representará a certeza, ou quase, de eleição da ex-deputada federal Maninha (foto) como a primeira deputada distrital do PSOL. Não constitui, porém, um ponto pacífico. A própria Maninha, hoje empenhada em recuperar sua cadeira na Câmara Legislativa, tem dúvidas a respeito da coligação com o PV. "Não podemos esquecer", diz ela, "que a senadora Marina Silva não deixou o PT por divergências doutrinárias de peso, nem de que o PV não é o melhor dos mundos". Seja como for, uma coligação seria importante para Maninha. A expectativa é de que o quociente eleitoral para a Câmara Legislativa passe dos 70 mil votos, número que a ex-deputada precisaria obter quase sozinha.

Do PT, só distância

Na eleição passada, a primeira que disputou pelo PSOL, Maninha tentou reeleger-se, mas não conseguiu repetir a votação anterior e ficou longe do quociente. Optando pela Câmara Legislativa, a cobrança se reduz. Mesmo assim é uma batalha dura. Maninha se resigna: "Sabemos que precisamos de alianças, mas o campo está se restringindo cada vez mais e só restam partidos pequenos". Mesmo assim ela garante que "com o PT não fazemos coligações de jeito nenhum".

Heloísa Helena fora da disputa

Maninha já descarta uma candidatura presidencial da ex-senadora Heloísa Helena, hoje vereadora em Maceió. É que Heloísa Helena está disparada nas pesquisas para retornar ao Senado. Com a entrada em campo do ex-governador Ronaldo Lessa (PDT), que encabeçará uma chapa de esquerda em Alagoas, a senadora tem aberto seu retorno. Não recusará a cadeira. "É ruim para o partido, pois com a candidatura presidencial Heloísa Helena puxaria a eleição de deputados, como desejávamos", admite Maninha. Com a saída da ex-senadora, já estão colocadas duas alternativas. A primeira é a candidatura do ex-deputado Babá, da ala mais radical do partido. Maninha acha inviável essa hipótese. A segunda é a coligação com o PV em torno de Marina Silva, defendida justamente por Heloísa Helena. A ex-deputada brasiliense mostra-se cautelosa diante dessa opção.De qualquer forma, a decisão só será tomada no final do ano, na conferência eleitoral nacional marcada pelo PSOL.

Ofensiva da Caixa irrita concorrência

A Caixa Econômica Federal (CEF), controlada pelo Tesouro Nacional, é pivô de uma disputa sem precedentes dentro da Febraban, a federação que reúne a banca nacional, em torno das folhas de pagamento de servidores municipais e estaduais. Os grandes bancos privados - Bradesco, Itaú, HSBC e Santander - e até o Banco do Brasil, igualmente controlado pelo governo federal, têm apresentado queixas formais contra a Caixa, acusando-a de instigar prefeituras e governos estaduais a romper contratos para administração da folha de pessoal. Por ser banco público, a Caixa pode assumir as folhas sem licitação pública.

Na última reunião mensal realizada pela subcomissão de negócios com o setor público da Febraban, no dia 18 de setembro, o clima esquentou. Em resposta às queixas, representantes da Caixa têm dito aos outros bancos que a conquista de novas folhas de pagamento é uma determinação da cúpula do banco e faz parte da estratégia traçada. Foi o que disse também ao Valor o vice-presidente de Finanças da Caixa, Márcio Percival (ver reportagem na página C3).

Ao acenar com preços mais altos para assumir as folhas, a Caixa tem capturado a atenção das prefeituras, que se ressentiram com a queda da arrecadação ocasionada pela crise neste ano.

Os bancos sentiram o movimento da Caixa ganhar força a partir de março. Estimativas com base nas queixas apresentadas à Febraban indicam que ao menos 80 municípios romperam seus acordos com outras instituições neste ano, substituindo-as pela Caixa. A ofensiva do banco federal se mostrou mais forte em Santa Catarina, onde cerca de 50 prefeituras já estariam em contato com a Caixa, sendo que dez já lhe entregaram suas folhas. Em alguns casos, os bancos tomam ciência do cancelamento quando não recebem das prefeituras os arquivos de dados para pagamento no fim do mês.

A agressividade negocial incomoda até mesmo o Banco do Brasil, que já perdeu as contas de municípios como Embu e e Santa Cruz das Palmeiras, em São Paulo. O BB detém cerca de 65% do mercado de folhas de salários de funcionários públicos municipais e estaduais, o que torna inevitável que, em sua ofensiva para ganhar mercado, a Caixa atravesse o caminho do Banco do Brasil, gerando uma situação particularmente desconfortável entre as duas instituições federais. Procurado, o BB informou que não comentaria o assunto.

No passado recente o BB foi alvo de queixas semelhantes por parte dos bancos privados. Mas, segundo o relato de executivo de um banco, o caso da Caixa supera o do BB em termos de agressividade.

Curioso é que a maioria das licitações de folhas deste ano fracassou por falta de interesse dos bancos - de pouco mais de 200 leilões, cerca de 180 fracassaram. Além disso, o movimento da Caixa acontece quando falta pouco mais de dois anos para que a portabilidade de contas seja estendida aos funcionários públicos.

Os contratos, que têm prazo de cinco anos, preveem pagamento de multa corrigida por índice de preço em caso de rompimento. Mas, na maioria dos casos, as prefeituras não pagam as multas, segundo a queixa dos bancos, que têm recorrido à Justiça. Cálculos feitos até agora indicam que as perdas por penalidades não pagas chegam a R$ 80 milhões. Em geral, a multa é calculada pro-rata em relação ao período remanescente do contrato suspenso. "A agressividade excessiva está incomodando o sistema", diz o executivo de um banco. "Com esse apetite voraz, a Caixa tem extrapolado os limites", reclama outro.

Uma lista à qual o Valor teve acesso reúne alguns dos municípios que, segundo os bancos, teriam quebrado o contrato para transferir suas folhas de salários para a Caixa. Constam dela Barra Mansa (RJ), Santo Antonio de Pádua (RJ), Teófilo Otoni (MG), Umuarama (PR) e Lapa (PR), que tinham contrato com o Itaú Unibanco; São José (SC), Navegantes (SC) e Afogados da Ingazeira (PE), que eram atendidos pelo Bradesco; Caçador (SC), São Miguel do Oeste (SC), Morro da Fumaça (SC), que trabalhavam com o HSBC; Jataí (GO), Novo Hamburgo (RS), Imperatriz (MA) e Ferraz de Vasconcelos (SP), do Santander. O banco de origem espanhola estaria ainda sob risco de perder o contrato do governo da Paraíba para a Caixa.

O que os bancos dizem ao prestar queixa é que a Caixa conta com um arsenal imbatível para ganhar essas folhas, como linhas de financiamento para investimentos em infraestrutura de toda sorte, além de repasse de recursos federais, inclusive do Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC.

Hoje a Caixa tem menos de 10% das folhas de um universo de 5,5 mil municípios. Levando-se em conta as folhas de salários de Estados, sua fatia de mercado fica em torno de 5%. A agressividade de agora é vista como uma tentativa de reparar um erro estratégico do passado, quando a Caixa foi a única entre as grandes instituições que ficou de fora da disputa por folhas em meados da década.

O mal estar tem sido tanto dentro da Febraban que o tema, antes restrito à subcomissão dos negócios com o setor público, pode vir a ser tratado em instâncias superiores da casa. Procurados, além do Banco do Brasil, Itaú Unibanco, HSBC, Santander e Bradesco também preferiram não conceder entrevistas. Em nota, a Febraban informou que "não entra no mérito de assuntos concorrenciais a não ser que haja alguma irregularidade que seja reportada aos comitês pertinentes, de autorregulação ou de ética, o que não foi o caso".

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Michael Jackson Song “This Is It”



Now Streaming, New Michael Jackson Song “This Is It”

Exclusively Available On Forthcoming Album
The album, Michael Jackson’s This Is It, is a companion piece to the Michael Jackson’s This Is It Movie and features the music that inspired the film, demo recordings and two versions of the previously unreleased song, “This Is It”.

sábado, 10 de outubro de 2009

Dutra é reprovada em estudo técnico

Principal ligação entre as maiores metrópoles do país, a rodovia Presidente Dutra (BR-116) foi reprovada no mais amplo estudo já feito por técnicos da União sobre qualidade das estradas federais concedidas à iniciativa privada.
O documento aponta que praticamente todos os trechos da Dutra têm excesso de veículos e há pontos com altos índices de acidentes com mortes. E que a rodovia está com capacidade saturada ou muito perto de saturação.
O diagnóstico realizado pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) deu nota baixa para a estrada que liga São Paulo ao Rio em seis dos sete trechos avaliados.
A escala de avaliação vai de "A" a "F". A Dutra recebeu uma nota "F", três notas "E", duas "D" e uma nota "C".
O pior trecho, que recebeu nota "F", fica na Baixada Fluminense. E é exatamente ali que ocorre o maior índice de mortos (cálculo que considera mortes, extensão da estrada e tráfego médio). Em 2008 foram 65 mortos em apenas 2,4 quilômetros de estrada.

Mais praças de pedágio
A estrada foi concedida à empresa NovaDutra em 1995, quando era conhecida como a "rodovia da Morte", e começou a cobrar pedágio no ano seguinte. Os investimentos na estrada num primeiro momento baixaram muito os índices de acidentes e mortes.
Nos últimos anos, porém, o número de mortes na via se estabilizou: foram 226 em 2006 e em 2007 e três a mais em 2008.
"Na época da concessão [assinada em 1995], o pedágio era apontado como salvação da lavoura. Hoje a Dutra é outra rodovia, mas o investimento parou e a ANTT vinha sendo muito lenta em determinar mais obras", diz Eduardo Rebuzzi, diretor da CNT (Confederação Nacional de Transportes).
A mesma crítica é feita pelo empresário Blaird Cardoso, que dirigiu o sindicato das transportadoras do Vale do Paraíba na época da concessão. "As novas obras não saem mais. É preciso rever tudo."
Procurada, a ANTT diz que a concessionária já realiza obras para melhorar o ponto mais crítico e também elabora projetos para construir marginais ao longo da estrada, além de fazer operações especiais para combater os congestionamentos.
A agência afirma também que os locais mais perigosos são os mais movimentados, o que seria comum em rodovias.
O esgotamento da Dutra já levou a tentativas de entendimento entre os governadores José Serra (PSDB-SP) e Sérgio Cabral (PMDB-RJ) para construir uma nova ligação.
A Folha procurou o secretário dos Transportes de São Paulo, Mauro Arce, mas sua assessoria disse que ele não poderia se manifestar ontem.
O grupo de trabalho tripartite -formado por órgãos do governo, usuários e NovaDutra- que discute a concessão se reúne no próximo dia 20 para discutir os rumos da estrada.
Uma das propostas é realizar uma nova divisão de pontos de cobrança do pedágio, como ocorreu no início da década. Assim, mais usuários passariam a pagar o pedágio (com valor menor).

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

PSDB perde mais uma

O Supremo Tribunal Federal (STF) negou ontem liminar pedida pelo PSDB e manteve a eleição indireta para o governo do Tocantins, marcada para hoje. A eleição foi convocada pela Assembleia Legislativa do estado depois que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirmou a cassação dos mandatos do governador Marcelo Miranda (PMDB) e do vice, Paulo Sidnei Antunes (PPS), acusados de abuso de poder político na campanha eleitoral de 2006. Os candidatos inscritos são o presidente licenciado da Assembleia, Carlos Henrique Gaguim (PMDB), o ex-vereador de Palmas Joaquim Rocha (PHS), e o professor Adail Carvalho (PSDC). Desde a cassação de Miranda, Gaguim exerce o cargo de governador interino do estado.

Yeda no mar da corrupção

A deputada estadual Stela Farias (PT), presidente da CPI da Assembleia do Rio Grande do Sul que apura denúncias de corrupção contra o governo de Yeda Crusius (PSDB), disse ontem que foram encontradas provas de que o Estado pagou pela compra de material de construção para a residência particular de Yeda com recursos públicos. Segundo ela, os deputados Daniel Bordignon (PT) e Paulo Borges (DEM), ambos da CPI, tiveram acesso a uma nota fiscal emitida por uma loja em Porto Alegre no valor de R$ 7,9 mil referente a produtos encomendados pelo "gabinete militar da Casa Civil" e entregues na casa de Yeda em abril de 2007.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Pergunta para o Serra

Ciro Gomes disse o seguinte ao repórter Raymundo Costa: "O que o Serra fez quando o câmbio estava apreciado?"

Ótima pergunta. Entre 1994, quando foi lançado o Plano Real, e 1999, quando a economia brasileira foi à breca, o tucanato segurou o dólar numa faixa entre R$ 0,80 e R$ 1,20. Quando o governo capitulou, ele chegou a R$ 2. O câmbio valorizado importou a crise externa que começou na Ásia.

A pergunta de Ciro procede: "O que o Serra fez quando o câmbio estava apreciado?" Ele foi ministro do Planejamento de 1994 a 1995 e, publicamente, fez quase nada.Élio Gaspari

Resposta da Vale

José Mayer versus Lula

A Vale contratou o galã da novela das oito, José Mayer, para reforçar a megacampanha publicitária que lançou depois que passou a ser criticada pelo presidente Lula. O ator vai explicar, "de forma simples e clara", de acordo com um diretor da empresa, que, "ao contrário do que se imagina", a mineradora investe "muito" em tecnologia para agregar valor ao minério de ferro. Numa de suas cobranças públicas, Lula criticou a companhia por não construir siderúrgicas e apenas exportar matéria-prima.

Questão de imagem

A Vale, de acordo com fontes do mercado publicitário, desembolsará cerca de R$ 800 mil para ter o galã - que interpreta um empresário um tanto encrencado na novela mas, na vida real, "tem enorme credibilidade" - em seus comerciais. A empresa não confirma.

Lula criticou e a Vale continua fazendo errado;Vale vai comprar US$ 1 bi em navios da Coreia, diz agência

A Vale vai fechar ainda neste mês um acordo de US$ 1 bilhão para a compra de 11 navios de carga dos estaleiros sul-coreanos Daewoo e STX, de acordo com a agência de notícias Yonhap, também da Coreia do Sul.Ainda segundo a agência, o negócio vai ser fechado com a visita de executivos da Vale às empresas sul-coreanas.Folha

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Para analistas, PV não decola, mas qualifica corrida de 2010

A senadora Marina Silva (AC) não deve levar o PV para o segundo turno, mas vai "qualificar o debate". Pelo PT, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), tende a subir nas pesquisas, no rastro da popularidade do presidente Lula. Já o tucano José Serra, governador paulista, acertou na tática de evitar um lançamento antecipado.

Essas foram as principais opiniões colocadas ontem, em debate na TV Estadão, pelos cientistas políticos Carlos Melo, professor do Insper, e José Paulo Martins Júnior, da Faculdade de Administração da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP).

"É prematuro dar Serra como vitorioso, Ciro Gomes como capaz de abalar e Dilma como candidatura que foi para o ralo", opinou Melo. "Tem de ver as alianças. Para onde vai o PMDB?", indagou Martins Júnior.

Os dois ainda abordaram o projeto do PSB, a campanha na internet e a perspectiva de renovação no Congresso, após a sucessão de escândalos

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Twitter em português chega até o início de 2010

A primeira reação do americano Evan Williams é a de um certo desapontamento ao saber que o Rio de Janeiro acabara de ser escolhido para ser a sede dos Jogos Olímpicos de 2016. Mas, logo em seguida, o fundador do serviço de microblogging e rede social Twitter abre um largo sorriso. "Você sabia que eu já estive uma vez no Brasil, quando ainda estava à frente do Blogger?"

O Blogger, para quem não sabe, foi uma das primeiras ferramentas de publicação de blogs, lançada em 1999 por Williams e vendida em 2003 para o Google. Assim como o Twitter, fez um tremendo sucesso e ajudou a popularizar os blogs.

O sorriso escancarado de Williams ao falar de Brasil tem uma razão. O país está entre os cinco primeiros na lista dos maiores usuários do Twitter.

A expansão do negócio tem sido tão forte no país que o Twitter decidiu traduzir seu serviço para o português, a começar pela tradicional pergunta "What are you doing?" (O que você está fazendo?).

Hoje, o serviço - originalmente em inglês - está traduzido para apenas uma língua, o japonês, embora 60% dos usuários estejam fora dos Estados Unidos.

A tradução para o português deverá estar pronta até o início do ano que vem, adiantou Williams ao Valor na sexta-feira, logo após uma apresentação para um público de cerca de 700 pessoas (a maioria, jornalistas) no congresso da Online News Association (ONA), em São Francisco, nos Estados Unidos.

No palco do congresso, Williams surpreendeu a plateia ao anunciar que o Twitter irá lançar em breve uma nova ferramenta: a possibilidade de os usuários criarem listas com nomes de outras pessoas que "twitam" (têm páginas no Twitter).

Um usuário poderá criar várias listas: uma com celebridades, amigos, colegas de trabalho etc. Por default, essas listas serão públicas (embora haja a opção de se tornarem privadas) e os seguidores de um usuário poderão ver as listas criadas por ele. O objetivo é aumentar ainda mais a interatividade e organizar melhor o conteúdo do Twitter.

Na platéia, enquanto Williams apresentava a novidade, o "tap tap tap" dos laptops não parava um segundo. Boa parte das pessoas estava justamente "twitando" ou colocando mensagens em sua página no Twitter.

O acesso à internet durante a apresentação de Williams foi tão grande que a rede sem fio do Hilton Hotel não deu conta do recado. E mesmo a página do Twitter, em alguns momentos, ficou sobrecarregada.

Mas a frase mais comentada de Williams no Twitter não foi a de seu anúncio do lançamento das listas. Foi a de que o Twitter "is even making less money than newspapers" - o Twitter está fazendo ainda menos dinheiro do que os jornais, em uma tradução livre. Ele se referia a uma provocação feita pela apresentadora, no congresso da Online News Association (ONA), de que o valor alcançado pelo Twitter e o interesse dos investidores no negócio deixavam os jornalistas "com inveja".

O Twitter está em fase de captação de recursos, que deverá elevar o valor da empresa a US$ 1 bilhão, embora ele não dê um único centavo de lucro hoje.

Em fevereiro, a companhia valia US$ 250 milhões. Williams diz que vê várias alternativas de tornar o Twitter lucrativo, especialmente quando se observa que muitas empresas estão aumentando sua produtividade e ganhando dinheiro com o serviço. "Mas, por enquanto, nosso foco é desenvolver todo o potencial do Twitter, agregar valor à companhia e aos serviços e só depois definir como cobrar por isso", diz Williams (no Twitter, @ev), acrescentando que para a construção de um negócio seria necessária a duplicação do número de funcionários. Hoje, ele emprega 80 pessoas.

domingo, 4 de outubro de 2009

Cartórios

Foi em abril deste ano a briga entre os ministros Gilmar Mendes e Joaquim Barbosa sobre o processo de inclusão dos donos de cartórios da Justiça paranaense no regime próprio de aposentadoria dos servidores públicos estaduais. Tramita na Câmara proposta que efetiva titulares de cartórios sem concurso público. É a PEC 471/05.

sábado, 3 de outubro de 2009

Faltam mais políticos que chorem, diz Lula

Minutos após o anúncio da vitória do Rio de Janeiro na eleição para sediar a Olimpíada de 2016, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva desabou em lágrimas de emoção. Chorou compulsivamente. Precisou de lenço. Precisou de um copo d'água. Precisou de amparo dos mais próximos. As imagens do choro de sexta-feira do presidente da República correram o mundo. E, neste sábado, em Copenhague, Lula explicou sua reação. Disse que faltam mais políticos que chorem.

"Eu ia chorar no discurso. Engasguei várias vezes porque a Bárbara (Leôncio, promessa brasileira que participou da apresentação) estava do meu lado, ela estava muito emocionada. O Nuzman teve que emprestar um lenço para ela. Cada vez que ia apresentando uma coisa do Rio, a emoção ia tomando conta. No meu discurso, as duas vezes que eu tive que falar sobre a cidade do Rio de Janeiro, a minha voz travou. E eu segurei, segurei, segurei para não chorar", contou Lula, que participou da última apresentação do Rio para os membros do Comitê Olímpico Internacional (COI) que votariam em seguida.

Depois do resultado da eleição no terceiro turno - Chicago, Tóquio e Madri, nesta ordem, foram eliminadas - e da assinatura do contrato com o COI, o presidente da República desabafou, conforme ele mesmo explica. "À noite, quando o (Carlos Arthur) Nuzman (presidente do Comitê Organizador do Rio-2016) estava falando... Ou seja, como nós já tínhamos ganhado, eu acho que relaxei. Relaxei e falei: 'bom, já que agora é para chorar, vou chorar mesmo'. Porque eu comecei a lembrar da minha vida, comecei a lembrar das coisas que pareciam impossíveis, comecei a lembrar da apresentação do Rio de Janeiro. E aí me deu vontade de chorar. E, como eu não tenho vergonha de chorar, chorei", disse.

Lula chegou a afirmar que foi o dia mais emocionante de sua vida. Questionado neste sábado se foi um acontecimento mais emocionante do que sua primeira eleição como presidente, disse: "são emoções diferentes. Na eleição eu tinha noção de que eu ia ganhar. E eu estava disputando internamente. Aqui e um jogo internacional, onde eu aprendi desde pequeno que sempre ganha o rico. Então o que sempre me diziam em conversar? Não vai dar para bater Chicago, não vai dar para bater Tóquio... E de repente nós vimos que era possível. Não sei vocês pensaram como nós. Sempre esperamos o resultado. Mas, depois das apresentações do Brasil e deles, nós tínhamos certeza que não tinha como não ganhar. Então eu acho que falta nesse país mais dirigentes políticos que chorem".

O presidente, que deixou Copenhague neste sábado e seguiu para Bélgica - onde terá encontros políticos -, aproveitou para falar em tom patriótico. "Porque as coisas têm dado certo no Brasil? A diferença que eu acho que eu tenho dos governantes anteriores é que, todo santo dia, tenho que provar que o Brasil vai dar certo. E eu acredito cegamente que o Brasil pode ser uma potência econômica".

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