sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Para Ciro, Aécio vira o quadro

O deputado federal Ciro Gomes (PSB-SP) disse ontem que, se o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, for o candidato do PSDB à Presidência da República, haverá uma alteração significativa no xadrez político de 2010. “Se o Aécio entrar, muda tudo. Ele não faz parte da turma do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso como o Serra (governador de São Paulo)”, disse o parlamentar aos jornalistas, pouco antes de iniciar uma palestra no Teatro Dulcina, no Setor de Diversões Sul de Brasília.

Apesar disso, o deputado não quis dizer se poderia desistir de sua pré-candidatura ao Palácio do Planalto caso Aécio se torne cabeça de chapa dos tucanos. “Sou brasileiro e não desisto nunca”, brincou. No mesmo evento, Ciro não perdeu a chance de cutucar ainda mais o governador de São Paulo, José Serra. “Ele representaria um malefício para as concepções de país que eu advogo. Foi o candidato com a responsabilidade de dar continuidade ao projeto do Fernando Henrique, que levou o desemprego no Brasil de 4% para 14%.”

Pelo telefone
Aécio Neves mostrou ontem estar disposto a manter a pressão pela definição ainda este ano da candidatura própria à Presidência da República. Mesmo depois de conversar por uma hora com o governador José Serra, durante a madrugada de ontem, o impasse continua. Serra quer estender a situação até o fim de março, prazo dado pela legislação eleitoral para desincompatibilização de quem pretende se candidatar. Aécio avisou que também vai bater o pé, repetindo o ultimato já dado aos tucanos, na semana passada, e a partidos aliados, como o DEM, esta semana. Se até dezembro o PSDB não resolver, sairá candidato ao Senado.

“Se o caminho da presidência não for entendido pelo partido como o mais adequado para mim, serei solidário, mas estarei em Minas, como candidato ao Senado”. Em resposta ao governador paulista, que na quarta-feira disse ter “nervos de aço” para a política, Aécio garantiu que se mantém tranquilo. “Nem preciso dizer como estão meus nervos, porque sempre estiveram extremamente serenos nesse processo”, ironizou.

Aécio deixou bem claro que só será candidato a presidente se tiver tempo para fazer campanha e ampliar a aliança, incluindo partidos que hoje fazem parte da base aliada do governo Lula, como PDT, PV, PP, PR e até o PMDB, legendas com quem conversou nas últimas semanas. Aécio afirmou não ter intenção de convencer Serra. “Ele tem o timing dele e eu respeito”. Mas avisou, em relação a dezembro: “O meu timing é esse”.

Nos bastidores, aliados do governador têm dito que a mudança de posição de Aécio, que tornou pública a pressão para antecipação da definição do candidato do PSDB, foi motivada pela constatação de que o governador José Serra estaria inclinado a desistir da candidatura, temendo derrota para a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. O governador paulista tenderia a tentar a reeleição ao Palácio dos Bandeirantes.

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