sexta-feira, 15 de maio de 2009

Passeatas para os sem-namorado


Duas passeatas, no mínimo, inusitadas prometem dar o que falar em São Paulo e no Rio de Janeiro neste fim de semana. Um site especializado em relacionamentos está organizado o “movimento dos sem-namorado”. A ideia é que boa parte dos solteiros das duas cidades “se arranje” pelo menos até o Dia dos Namorados, 12 de junho. No Rio, os “sem-ninguém” se concentrarão hoje, ao meio-dia, na Candelária e seguirão segurando faixas e cartazes pela Avenida Rio Branco, Centro da cidade. Na capital paulista, o encontro será no Parque do Ibirapuera, no domingo, às 15h.

A ideia de reunir pessoas sozinhas surgiu depois que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os últimos dados sobre solteiros. No Brasil, segundo o órgão, há 53 milhões de pessoas solitárias. Outro levantamento, realizado pelo Instituto Ipsos/Marplan/EGM, revelou que 33% da população dos dois estados onde haverá passeata tentaram, em vão, arrumar um namorado. “A ideia da passeata é fazer com que os solteiros encontrem um par enquanto estiverem caminhando pelas ruas”, sustenta o idealizador do movimento, Cláudio Gandelman, 39 anos — casado.

A busca incessante por um namorado é a preocupação número um da publicitária paulista Sandra Muradas, 23 anos. Com 1m78 de altura, 67kg, loira, ela mantém perfil em três sites de relacionamentos e sempre que pode, está na balada. “Não vou caminhar na passeata usando camiseta porque acho muita exposição, mas vou passar lá escondida com duas amigas. Quem sabe não encontro alguém interessante...”, sonha Sandra.

O universitário brasiliense Tomás Gerbelli, 21 anos, está em São Paulo há três e, desde que chegou, nunca namorou. “Acabei um namoro de dois anos achando que ia conhecer um monte de garotas em São Paulo e me dei muito mal. Aqui as pessoas não interagem, porque estão sempre com pressa”, conta. O último relacionamento que o estudante tentou engrenar não vingou porque a garota mora em Santos, a 91km da capital. “Quero alguém que eu possa visitar todos os dias”, exige.

Cupido
Rosemeire Soares, 43 anos, trabalha numa agência de namoros como cupido, em São Paulo. Segundo ela, o maior problema das pessoas que buscam namoro de forma incessante é o desespero, que ocorre principalmente entre as mulheres. “Quando eu marco um encontro, ambos ficam ociosos. Mas a mulher fica muito mais, a ponto de comprometer a primeira impressão”, ressalta. Já o maior problema dos homens é a exigência, de acordo com a especialista. Geralmente, um homem não muito atraente exige uma mulher linda. “Já as mulheres, mesmo as mais bonitas, não fazem muita exigência quanto à aparência”, assegura Rosemeire.

Gandelman, o coordenador da passeata dos sem-namorado, administra um site que tem 17 milhões de solteiros cadastrados. Dos cadastrados, 55% são homens e 45% mulheres — entre todos, 1% se diz gay. “Já fui a muitos encontros marcados pela internet com pessoas de sites de relacionamento. Desisti porque as pessoas dizem sempre que são um príncipe encantado. Mas, na hora que a gente vai ver, na verdade, é um sapo”, conta, rindo, a estudante Michelle Briard, 21, sem-namorado. Por via das dúvidas, ela continua inscrita em 12 sites. “Vai que o homem da minha vida esteja por lá”, justifica.

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